Santa Clara do Sul – A Polícia Civil de Lajeado entrega ao Judiciário novas provas sobre a suposta autoria de Leandro Kronbauer, 31, no latrocínio de Rosane Inês Beuren. O crime ocorreu em 31 de janeiro, na comunidade de Picada Santa Clara. Advogados de defesa contestam os indícios. Réu continua preso.
De acordo com o delegado Sílvio Huppes, na época do fato, foram coletados materiais genéticos que estavam sob as unhas da vítima. Eram, possivelmente, oriundos de uma disputa corporal com o autor do crime.
No mesmo período, o policiamento coletou objetos particulares de Kronbauer na residência onde vivia com familiares. Estes foram usados pela perícia para comparar com os materiais encontrados em Rosane. “É mais uma prova que confirma a autoria do acusado, o que derruba denúncias de que outras pessoas eram responsáveis pelo crime”, conclui Huppes.
Rosane foi encontrada às 20h45min, do dia 31 de janeiro, pelo marido João Weiand. O corpo estava no lado de fora da residência do casal. Em um primeiro momento, suspeitava-se de óbito por causas naturais. Devido a manchas roxas e marcas de unhas no pescoço, o corpo foi encaminhado para necropsia. O exame apontou que a causa foi asfixia por esganadura.
Na manhã posterior ao crime foi percebido, também, o sumiço de uma aliança e de uma corrente de ouro de dentro da moradia. A partir disso, a Polícia Civil iniciou a investigação do suposto latrocínio.
No dia do fato, João saiu para trabalhar no campo às 7h, na localidade de Sampaio, em Cruzeiro do Sul. Rosane ficou em casa. Às 8h vizinhos a viram colhendo verduras na horta. Se acredita que o crime aconteceu 15 minutos depois. Após um mês de investigação, Kronbauer foi preso. No caminho à delegacia, ele confessou o crime. Afirmou que matou a mulher e depois roubou joias para trocar por 2,5 gramas de crack.
“A prova não confere”
Os advogados de defesa, Alexandre Meneghini Ramos e Cristian Eduardo da Costa, contestam as provas colhidas pela acusação. Segundo eles, a apreensão dos objetos pessoais na casa de Kronbauer foi realizada de forma ilegal, durante fase policial e sem defesa prévia do réu.
Conforme ambos, a polícia recolheu uma escova de dente, fronha e boné. Apenas materiais genéticos do primeiro item teriam coincidido com os encontrados nas unhas de Rosane. “A escova pode ser de qualquer familiar, ou até mesmo de um amigo que a esqueceu lá. A prova não confere”, destaca Costa. Os advogados garantem ter a verdadeira escova de Kronbauer.
Outra contestação dos advogados é referente a uma confissão do crime por parte do acusado, no percurso de sua casa até a delegacia de polícia, onde prestaria depoimento. Segundo a defesa, Kronbauer disse que havia sido forçado a assumir o crime, do contrário, a polícia prenderia seu pai por portar uma arma de fogo. “Tirando o exame de DNA, inexiste prova que confirme a autoria dele”, enfatiza Costa.
O julgamento do caso dependia do exame pericial – solicitado pela acusação, e também de um exame de dependência toxicológica, requerido pela defesa. O laudo ainda não foi realizado.