Reunião debate transtornos da duplicação

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Reunião debate transtornos da duplicação

Comunidade se reúne com responsáveis pela obra na BR-386 na próxima quarta

Fazenda Vilanova – Insatisfeitos com atrasos e transtornos causados pela duplicação da BR-386, entre Estrela e Tabaí, líderes locais convocam audiência pública com os responsáveis pela obra. O encontro ocorre na próxima quarta-feira, na sede do Legislativo municipal.

Proponente da reunião, o vereador Léo Mota (PSD) pretende reunir a comunidade para cobrar agilidade nos serviços. De acordo com ele, muitas famílias são prejudicadas pela lentidão da obra. Queixas são registradas também nos municípios vizinhos, de Tabaí e Bom Retiro do Sul. “Todos devem participar, para que mostremos nossa insatisfação e solicitar providências.”

tSegundo Mota, a maior desordem ocorre nos acessos a residências e empresas. Situação mais problemática enfrentam moradores do centro de Fazenda Vilanova. Desde que iniciou a construção da elevada (ponte), no ano passado, o trecho segue em obras. Neste período, ruas foram desviadas e entradas fechadas.

Nas últimas três semanas, de acordo com o mecânico Délcio da Rosa, 35, a empresa responsável pelo serviço retomou a construção das pistas na parte inferior da ponte. Desde então, o movimento de clientes em sua oficina reduziu 70%, ficando dependente apenas de agendamentos feito há mais tempo. “A obra é importante, mas deveriam ser mais ágeis pois aqui não temos acesso a nenhuma rua.”

Situação semelhante passa o proprietário de um mercado, Atilário Wahlbrink, 54. Conforme ele, a cidade ficou dividida com a obra. Desde o ano passado, registra 20% de queda nas vendas. Antes de começar a duplicação, aproveitava as tardes de fim de semana para vender bebidas geladas às pessoas que trafegam pela rodovia. “Agora, sem acesso decente, todos passam direto. Ninguém mais percebe Fazenda Vilanova.”

Pressão popular

Foram convidados para o encontro representantes do Dnit, Funai, Ministério dos Transportes, líderes políticos da região, moradores e os deputados estaduais Nelson Luiz Da Silva (PT) e Gilmar Sossella (PDT).

Além dos transtornos, a comunidade cobra posicionamento sobre a liberação do trecho intocado de dois quilômetros entre Estrela e Bom Retiro do Sul ocupado pelas famílias indígenas. Apesar de estar marcada para amanhã, em Porto Alegre, a entrega das propostas concorrentes no processo licitatório para construção da nova aldeia, líderes reclamam dos atrasos.

Sem a garantia de realocação das famílias caingangues, os serviços não serão liberados pela Funai. Hoje, a aldeia caingangue ocupa um trecho de aproximadamente 500 metros às margens da rodovia. Eles estão no local há mais de 30 anos.

O novo processo licitatório para construção da nova aldeia foi lançado em setembro. Em junho passado, o Dnit precisou cancelar a primeira concorrência. Na época, a proposta apresentada pelo consórcio das empresas Iccila e Planus foi considerada alto.

Acidentes preocupam

Conforme Mota, os recorrentes atrasos e transtornos aumentaram a insegurança na rodovia. Enquanto que em 2012 foi contabilizada uma morte, no trecho que compreende Fazenda Vilanova (entre os quilômetros 361 e 372), nos oito primeiros meses de 2013 foram seis óbitos.

No ano passado, a polícia registrou 52 acidentes no trecho. Até agosto desse ano, foram 45. “Precisamos de mudanças urgentes, antes que mais moradores morram perto de suas casas.”

Saiba mais

Até o momento foram executados cerca de 70% dos trabalhos. Os serviços iniciaram em novembro de 2010, e o investimento total na duplicação será de R$ 183,79 milhões.

O último prazo definido pelo Dnit para o fim das obras é abril de 2014. Cerca de nove quilômetros permanecem em obras.

Quatro obras de arte estão incluídas no projeto de duplicação, e nenhuma está 100% concluída.

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