Escassez de água preocupa comunidades

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Escassez de água preocupa comunidades

Cerca de cinquenta famílias esperam poço artesiano há mais de uma década

Encantado – Pelo menos cinco comunidades do interior ainda dependem da água de vertentes e sangas para beber e tratar os animais. A 44 dias da chegada do verão, a preocupação com a seca aumenta. Mais de 50 famílias esperam pela promessa de abertura de poços artesianos.

pA maior parte delas foi abastecida por caminhões-pipa no último verão. Até então, em locais como a Linha Chiquinha, nada mais foi feito para solucionar o problema. Com sete moradores, pouca produção e área de difícil acesso, é uma das localidades mais prejudicadas.

Segundo o secretário de Agricultura, André Boeri, as comunidades com mais produção agrícola têm prioridade, por gerar mais retorno ao município. Cita a perfuração de um poço artesiano em 2012, em São Marcos. O projeto servirá de exemplo para os demais na procura por auxílio, salienta.

A obra custou R$ 52 mil, com recursos da Secretaria de Habitação e Saneamento Básico (Sehabs) e municipais. Na Linha Alegre, Boeri prevê uma nova parceria com o Ministério da Agricultura, na recuperação de um poço desativado. Esse e uma nova perfuração na Linha Azevedo – com 20 famílias, serão as próximas etapas. Estima um custo de R$ 80 mil para cada, somando despesas com rede de água e mão de obra.

Outro poço, na Linha Guabiroba, aguarda pelo recurso de R$ 50 mil, conseguido pela Consulta Popular. Pelo menos 12 famílias serão beneficiadas. Já o poço de Linha Anita está condenado, devido a infiltrações e excesso de ferro. Conforme Boeri, o pedido de perfuração está em análise no estado. Ambas as obras, estão sem previsão de início.

À espera da promessa

Adão Andrades, 68, mora na Linha Chiquinha com a mulher, uma filha, o genro, dois netos e o cunhado. Vive da agricultura de subsistência e da água retirada da sanga a menos de 60 metros da casa. Com uma bomba na ponta do cano, puxa o líquido até uma caixa d’água com filtro, repassada a outra perto de casa.

Com a falta de chuva, a sanga está com menos de 50 centímetros de largura. Onde retira a água, há menos de 20 centímetros de fundura. Para trato dos animais, fez um açude. No último verão, teve de buscar água em outra vertente, carregando baldes por mais de um quilômetro.

A casa dele fica a cerca de 2 quilômetros das margens da ERS-129. Porém, outros moradores ficam a mais de dez quilômetros do asfalto. Muitos, como Janilde Brandão, reclamam da falta de atenção.

“O colono só é lembrado na época das eleições.” Mesmo com poço particular, teme pela escassez. Um cunhado e vizinho não recebeu auxílio municipal para abrir um açude e pagou pelo serviço feito por uma máquina de Muçum, na garantia de ter água por mais algum tempo.

Com os R$ 6 mil, conseguidos pelas plenárias municipais realizadas no último mês, os moradores continuam no aguardo da abertura do poço. Este recurso deve ser entregue só no próximo semestre.

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