Grupo reforça ações contra pesca ilegal

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Grupo reforça ações contra pesca ilegal

Pescadores estão proibidos de usar tarrafas e redes. Multa chega a R$ 100 mil

Vale do Taquari – O Grupo de Polícia Ambiental (GPA) da Brigada Militar intensificará a fiscalização durante a piracema – período de desova dos peixes –, que iniciou em 1º de novembro e se estende até 31 de janeiro.

Segundo o comandante Dari Julio Scherer, cinco soldados atuarão para coibir a pesca ilegal de espécies nativas. Ele considera suficiente o número de policiais disponíveis. A fiscalização toma como base denúncias que a população faz ao grupamento. “Estaremos focados nos locais com maior aglomeração de pescadores e em áreas ribeirinhas.” Operações especiais serão feitas de acordo com a necessidade.

pScherer acredita na diminuição de ocorrências em relação ao ano passado. Para ele, os pescadores estão mais conscientes sobre a importância de preservar as espécies nativas e ameaçadas de extinção.

Na piracema de 2012-13, quatro pessoas foram presas em flagrante por crime ambiental e registradas 46 ocorrências. Na sexta-feira, primeiro dia da piracema, a fiscalização apreendeu 140 metros de rede, um covo, cinco espinhéis e foram vistoriados seis barcos. Um pescador foi autuado por pesca com rede.

Conforme Scherer, a pena por crime ambiental varia de um até três anos de prisão, além de multa. Conforme lei federal, a pesca predatória em período de piracema pode acarretar multa de R$ 700 até R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 20 por quilo de peixe apreendido.

O grupo faz a patrulha do Rio Taquari desde o município de Muçum até Taquari, além de seus afluentes. Denúncias podem ser feitas pelos telefones 3720-1318 ou 9876-0217.

Conscientização

Scherer reconhece que alguns pescadores profissionais reclamam do rigor da fiscalização. Consideram que, com o trabalho do GPA, a atividade fica prejudicada e atrapalha a renda das famílias. Ressalta que outros profissionais concordam com a proteção ao ambiente.

Para o comandante, a população do Vale do Taquari está consciente quanto à medida. O problema são as pessoas de outras regiões, que se deslocam ao Rio Taquari para pescar. Elas contratam esses pescadores de áreas ribeirinhas, devido à locação de caíques e dificuldade de acesso. Nesses lugares, a atividade será reforçada pelo GPA.

Pescadores de “fim de semana” aprovam o rigor. É o caso do agricultor Dorivaldo Egevarth, de Travesseiro. Ele pesca no rio Forqueta há mais de 40 anos. “Precisamos respeitar este ciclo para evitar a extinção dos peixes.”

Cuidado ao pescar

Confira o que é permitido aos pescadores neste período:

– Pescar a partir de 1,5 quilômetro de distância de barragens, cachoeiras e corredeiras;

– Praticar a atividade só em lugares permitidos;

– O limite é de cinco quilos de peixes por dia;

– É necessário portar a licença de pesca amadora ou ambiental;

– Não é permitida a pesca com tarrafa ou rede, somente com linha de mão, carretilha e molinete para pescadores profissionais e amadores;

– Todos precisam portar a carteira de pescador, tanto amadores como profissionais. O documento pode ser solicitado no site do Ministério da Pesca e Aquicultura.

A piracema

É o movimento dos cardumes que nadam contra a correnteza, para realizar a desova no período de produção. A palavra é oriunda do tupi e significa “Saída dos peixes”. Na maior parte do Brasil, a piracema ocorre no período de chuvas de verão, quando a temperatura da água esquenta e os níveis dos rios aumentam.

A briga contra a correnteza ajuda no processo de reprodução, pois os peixes queimam a gordura e estimulam a produção de hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos sexuais.

Fonte: Mundo Estranho/Editora Abril

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