Vale do Taquari – O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) tem nova diretoria para os próximos dois anos. A ex-secretária executiva da entidade assume a presidência. Cíntia Agostini integra a entidade desde o fim da década de 90.
Como desafios, aponta dois aspectos para 2014: elaboração de documento com as prioridades regionais a serem apresentadas aos candidatos e a revisão do plano estratégico local, com vistas no Plano Plurianual 2016/18 do Estado.
De acordo com Cíntia, em março do próximo ano, deve ser agendado um seminário para eleição das demandas regionais encaminhadas aos postulantes dos cargos públicos. Para ela, esse ofício contribui porque demonstra a organização local e põe os governantes no compromisso de desenvolver políticas públicas para atender as necessidades regionais.
Na assembleia do Codevat dessa terça-feira, o ex-presidente José Cenci apresentou as contas do conselho. Neste ano, foram destinados R$ 16.663 mil, para pagamento de despesas com materiais, telefone, serviços contábeis, entre outros.
Para a realização da Participação Popular e Cidadã, o Estado custeou R$ 24,7 mil. Entre os gastos, estão o treinamento dos conselhos municipais, pagamento de combustível, publicidade em veículos de comunicação.
Conforme Cíntia, as verbas encaminhadas neste ano foram inferior a 2012. Reduziram tanto para o pagamento para manter o Codevat quanto para realização das consultas populares. Em comparação com o ano anterior, o repasse nas duas ordens caiu em R$ 5,3 mil.
“Falta amadurecimento”
Entre os temas debatidos no conselho, está a criação de uma Agência de Desenvolvimento Regional. Esse assunto permeia as entidades regionais há mais de quatro anos. Para Cíntia, falta clareza aos líderes locais sobre aquilo que é melhor para o Vale.
Considera que a região tem diversas entidades para atuar de maneira consultiva. No entanto, há ausência de um órgão responsável pela execução dos projetos. Papel que seria assumido pela agência. “Nos falta amadurecimento. Algumas definições das nossas necessidades coletivas.”
Segundo a presidente, com a mudança no estatuto do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa), abre-se possibilidade dessa entidade trabalhar em projetos regionais, fazendo o papel da agência de desenvolvimento.
Cita como exemplo o projeto do videomonitoramento das cidades da região, feito em parceria dos municípios com o Consisa. Essa proposta também faz parte das iniciativas apontadas pelo prefeito de Lajeado, Luís Fernando Schmidt. No início do ano, ele falou sobre essa possibilidade. Apontou o Consisa como órgão capaz de reunir os município e liderar programas para atendimento regional.
Participação no conselho
Uma das dificuldades na definição dos integrantes do Codevat é a pouca participação das pessoas, conta Cíntia. “Vemos as mesmas pessoas nas ONGs, nos conselhos, nas associações. Penso que se engajam porque gostam de interagir ou porque estão em funções que obrigam essa participação.”
Mesmo com essa realidade, Cíntia acredita que a região, em comparação com outras, consegue ter uma mobilização maior. Como exemplos, cita a integração de outros grupos nas discussões locais, como o Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, do Colegiado de Desenvolvimento Territorial (Codeter) e do projeto Objetivos do Milênio.
Para ela, a pouca adesão de novos membros tem ligação com o contexto atual da sociedade. O imediatismo, acredita, afasta as pessoas desses grupos. “Quando as decisões perpassam o coletivo, o processo é mais lento. Isso interfere na participação.”
Para Cíntia, esse é outro desafio da entidade: conseguir agregar mais pessoas. “Para conseguirmos isso, temos de chamar a população para debates relevantes, que façam diferença na vida da comunidade.”
Diretoria eleita
Presidente: Cíntia Agostini
Vice-presidente: Edgar Cerbaro
Secretários: Jonas Calvi e Nilton Rolante
Tesoureiros: Ardêmio Heineck e Ariane Brackmann
Conselho fiscal: Marisa Bastos; Elisabete Müller e André Lagemann.
Algumas necessidades locais avaliadas pelo Codevat
Segurança pública
– Aumento do efetivo policial
– Instalação do Instituto Geral de Perícias
– Sistema de videomonitoramento
Saúde
– Projetos prioritários: Fundef, Hospital Ouro Branco, Upa e UTI em Encantado
– Investimentos de acordo com o perfil das instituições
– Aperfeiçoamento na gestão
Agricultura
– Incentivo às agroindústrias familiares
– Apoio à bacia leiteira
– Programas de combate à estiagem
– Fortalecimento da assistência aos produtores
Infraestrutura
– Acesso asfáltico a municípios pequenos
– Condição da energia elétrica distribuída
– Duplicações na Rota do Sol, Via Láctea e entre Venâncio Aires e Muçum