Arrio do Meio – O parque industrial da antiga fábrica de calçados Incomex, em Bela Vista, será leiloado nesta sexta-feira. As terras tem 14.590,49 metros quadrados (m²), com 6,1 mil m² de área construída. O lance inicial é de R$ 2.046.000, em lance único. O evento ocorre no Ritter Hotéis, em Porto Alegre, a partir das 10h.
A empresa se instalou na cidade em 1982, como uma extensão da então fábrica de Estrela. Na época, os donos do grupo alugaram um imóvel na cidade e mais tarde financiaram com o Banco do Brasil (BB) o dinheiro para construir a estrutura. A área ficou de garantia.
Em seu auge, a fábrica empregou 1,3 mil funcionários. Por muitos anos, A Incomex foi a principal empresa da cidade. Prevendo crises financeiras, os proprietários decidiram encerrar as atividades em 1994.
Como as dívidas perante o BB não foram quitadas, a entidade financeira tomou posse da estrutura. No fim da década de 90, empresas locais compraram parte do imóvel direto com o banco, mas tiveram que desocupá-lo tempo depois por falta de pagamento. Uma fábrica de calçados, instalada em frente à rua Bela Vista, permanece no local. Todo o restante do parque será incluído no leilão.
Desde 2009, a administração municipal trata sobre a questão com a gerência de Reestruturação de Ativos Operacionais (Gerat), do BB, em Caxias do Sul, com o intuito de oportunizar que a estrutura seja negociada. Para o leilão, o Executivo contatou possíveis investidores que possam se interessar em comprar o prédio.
Canil temporário e depósito
Antes de o município ceder uma área de terras para a construção de um canil na cidade, a Associação de Proteção de Animais mantinha os animais em um abrigo improvisado no pátio da antiga fábrica.
Sem infraestrutura, a ação gerava reclamações por parte dos moradores em função do barulho e mau cheiro. A situação foi resolvida no segundo semestre de 2012 com a transferência dos acolhidos para a nova área.
Com a mudança, o pavilhão próximo da instalação do canil foi ocupado pela Girando Sol para depósito de produtos. A empresa permanece utilizando a estrutura, pelo menos, até o leilão.
Matriz da Majolo vai a leilão
Quatro anos depois do fechamento da fábrica de Calçados Majolo, os administradores da massa falida da empresa agenciam leilão do imóvel da unidade matriz, móveis e equipamentos de informática do local. Conforme o advogado Henrique Piccinini, inexiste previsão para o evento. “Mas estamos trabalhando para que isso ocorra logo.”
A área, no bairro Rui Barbosa, tem cerca de 10 mil m². A empresa decretou falência em setembro de 2009, deixando mais de 750 desempregados nas duas unidades produtivas do município. Dívidas trabalhistas com 1.010 trabalhadores foram quitadas em 2011, totalizando R$ 7 milhões de indenizações.