Vale do Taquari – Tirar a carteira de habilitação será mais caro a partir de janeiro para quem pretende conseguir licença na categoria B. Conforme estimativa do Detran, o reajuste pode chegar a 15% no estado. O aumento é motivado pela implantação dos simuladores de direção nos Centros de Formação de Condutores (CFCs), obrigatório a partir de 2014.
O custo mínimo da primeira CNH no estado é de R$ 1.113. Com a mudança, o investimento por parte dos condutores será acrescido de R$ 166,9. Cada aparelho, conforme o presidente do sindicato dos CFCs gaúchos, Edson Cunha, está avaliado em R$ 38 mil. O mais provável será os centros de formação arcarem com a compra da aparelhagem, cita.
Conforme Cunha, há ainda o gasto com a manutenção dos simuladores e aluguel do software das máquinas. São 273 centros no estado e cada um, conforme com estimativa, compre três simuladores.
De acordo com ele, proprietários dos centros de formação estão em dúvidas sobre as mudanças, pois o Detran ainda não publicou o edital que normatize a mudança. Cunha agenciará uma reunião com a entidade, antes de finalizar o documento, para discutir as propostas. “Não sabemos como será a implementação, custos, locais. Queremos debater para facilitar o processo.”
Além das 20 horas práticas, cada aluno precisará cumprir outras cinco aulas com meia hora de duração cada com o aparelho eletrônico. Ele recria 26 situações, entre dirigir na chuva, fazer curvas fechadas e dirigir alcoolizado. O equipamento é uma espécie de carro, conectado a um computador, esclarece.
Entenda o novo sistema
– A proposta de implantar um sistema de simulação nos CFCs surgiu em 2008, como alternativa para diminuir o número de acidentes de transito com morte no país. A partir de 2010, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou protótipos, que foram desenvolvidos pela Fundação Certi.
– O simulador deverá servir como um equipamento complementar, não substituindo as aulas práticas. A previsão é que ocorram cinco aulas de 30 minutos.
– O aluno ficará exposto a situações de risco. O uso do aparelho também deve beneficiar pessoas traumatizadas, que podem treinar em um ambiente virtual antes de sair novamente às ruas. Estudos feitos no National Center Injury, instituto ligado ao governo dos Estados Unidos, comprovam que o uso pode reduzir em até 50% o número de acidentes primeiros dois anos.