Encantado – O Legislativo recebe na segunda-feira, às 17h, o deputado estadual Adolfo Brito (PP). A audiência pública tratará sobre projeto que isenta da cobrança de pedágio os veículos emplacados nas cidades onde há praça de cobrança.
O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça em agosto. Aguarda análise da Comissão de Segurança e Serviços Públicos, antes de ser enviado ao Plenário da Assembleia Legislativa. Caso aprovado, beneficiará 11 municípios gaúchos, entre eles Encantado e Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari.
Em março, um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas encantadenses foi entregue ao governador Tarso Genro, pedindo a gratuidade na passagem. Segundo o presidente do Legislativo, Jonas Calvi, o estado evita falar sobre o assunto.
Por enquanto é mantida isenção só para os moradores de Palmas, localidade encantadense separada pelo pedágio. Na terça-feira, um representante da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) fará o recadastramento desses moradores.
“O governo teme pela aprovação”
Otimista com a aprovação do projeto, Brito frisa a necessidade de mobilização entre as cidades, para cobrar o voto dos deputados. “O governo teme pela aprovação.”
Contesta o cadastro parcial de motoristas, feito em Cruzeiro do Sul pela EGR, desde quarta-feira. Segundo ele, todos os veículos da cidade devem ter o mesmo direito, sem exceções. Critica a precariedade das rodovias pedagiadas.
Em audiência na terça-feira, com o diretor da EGR e do Daer, relata a reclamação dos municípios. Em 60 dias, as entidades devem apresentar um cronograma dos serviços.
População no aguardo
Motoristas, como João Valduga, aguardam pela isenção prometida pelos governos. Há 12 anos, realiza fretes por cidades da região. Mesmo sem uso diário do pedágio, reclama das taxas e da precariedade da rodovia. “Com a isenção, os custos do frete reduziriam e não perderíamos mais clientes devido esse acréscimo cobrado.”
Para reduzir os custos com transporte, universitários encantadenses lotam veículos e repartem o valor do deslocamento a Lajeado. A motorista Adriana Tórmena cita uma redução de cerca de R$ 200 mensais, só em pedágio. Pra quem utiliza todo o dia, as tarifas resultam num custo pesado no fim do mês, reforça.
Empresas locais são prejudicadas pelo pagamento. Segundo o empresário Gilberto Piccinini, cerca de 20% dos custos do transporte ficam no pedágio. Em 2012, só a Cosuel somou mais de R$ 2 milhões em tarifas.