Vale do Taquari – Os bancários iniciaram greve nacional nessa quinta-feira. Na região, 70 trabalhadores aderiram ao movimento. Funcionários do Banrisul, da agência do Florestal e São Cristóvão, em Lajeado, e de Sério e Marques de Souza.
A partir da segunda-feira, o SindiBancários espera aumentar a adesão. Confirmaram entrar em greve trabalhadores das agências Santo Inácio, no centro de Lajeado, e das cidades de Bom Retiro do Sul e Forquetinha. A parada atinge a Caixa Econômica Federal (CEF) em Estrela, Lajeado e Arroio do Meio, e de forma parcial o Santander.
Funcionários do Banco do Brasil se reúnem às 8h de segunda-feira para debater a posição frente à greve. O presidente do sindicato da classe na região, Edson Leidens, acredita que a paralisação se fortalece a partir da próxima semana.
Segundo ele, a principal reivindicação da classe é por aumento no número de funcionários. “Os bancários estão sobrecarregados.” Na região, são 600 bancários.
Para Leidens, o ideal seriam cerca de 800 trabalhadores. “Muitos funcionários estão doentes devido ao excesso de trabalho.” A classe também pede reajuste de 11,9%, que corresponde a reposição da inflação mais 5% de aumento real.
Os pedidos abrangem participação dos lucros e piso de R$ 2.860. A proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) é de 6,1% de aumento.
Nos últimos três anos, ocorreram greves dos bancários. De acordo com Leidens, as manifestações tiveram pouco resultado. No estado, 443 agências têm trabalhadores grevistas.
Greve dos Correios tem pouca adesão
Apesar de 28 sindicatos de trabalhadores dos Correios ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) terem decretado greve, a estatal informou que 93,39% dos empregados continuam trabalhando.
Os Correios informam que a rede de atendimento da empresa funciona normalmente, inclusive nos 22 estados onde os funcionários decidiram pela greve. A exceção são os serviços de postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada, mas restrito aos locais com a paralisação deflagrada.
Dos 35 sindicatos de trabalhadores dos Correios, 29 são ligados à Fentect. Segundo a entidade, a paralisação de hoje é “uma das maiores greves feitas pela categoria”.
Em nota, a Fentect informa que as assembleias ocorridas nessa quarta-feira, quando a greve foi decretada, estavam “lotadas, com praças e subsedes repletas de trabalhadores votando pela paralisação”, e que uma “parcela muito maior de trabalhadores do interior está em greve”.
A entidade recusou a proposta apresentada pelos Correios, mas cinco sindicatos aceitaram. Ela propõe reajuste de 8% nos salários, garantia da manutenção de todos os benefícios com reposição da inflação integral no período (6,27%), abono de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro para o Natal, e vale-cultura, segundo as regras de adesão ao programa implementado pelo governo federal.
Serviços comprometidos
Nas agências que optaram pela greve, o atendimento nos caixas eletrônicos e na internet permanece. Recebimento de salários, aposentadorias e saques de benefícios sociais, como o PIS e o Fundo de Garantia seguem normais nas máquinas.
Os serviços diretos, que envolvem abertura de contas e financiamentos, por exemplo, estão paralisados nas agências que aderiram à greve.
O Procon-RS informa que as contas não terão mudança nas datas de pagamento. Os clientes podem optar pelas lotéricas, supermercados conveniados com os bancos, ou pela internet para quitar os débitos.