Protesto recolhe cerca de cem assinaturas

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Protesto recolhe cerca de cem assinaturas

BR-386 foi interditada sábado. Acidente e indignação de motoristas foram resultados

Lajeado – A expectativa de reunir um expressivo número de manifestantes no sábado, em que se comemorava os 189 anos da independência do Brasil, foi frustrada. Pouco mais de 70 pessoas percorreram as principais vias municipais e trancaram por quase uma hora a BR-386.

Com pouco mais de cem assinaturas recolhidas para um projeto de lei de iniciativa popular, que visa reduzir subsídio de agentes públicos, grupo planeja novo protesto na próxima semana.

Eram esperadas 700 pessoas. Ao menos esse foi o número de pessoas que confirmaram presença por meio de uma página na rede social Facebook. Após caminharem pela Av. Alberto Pasqualini, se deslocaram até a BR 386.

Desentendimento

A principal rodovia da região foi interditada em frente ao Shopping Lajeado por cerca de 50 minutos. Os manifestantes exigiam a presença do prefeito, Luis Fernando Schmidt para liberar o tráfego.

O gestor não foi até o local. Barracas iglus foram montadas nas duas pistas. Pessoas sentaram em cadeiras para tomar chimarrão, aproveitando a sombra da passarela.

Um pequeno engarrafamento se formou em ambos os sentidos da rodovia. Houve discussões com os líderes da manifestação. Um motociclista colidiu em outro veículo. Uma senhora precisou ser hospitalizada após ser socorrida por policiais rodoviários.

Segundo o chefe de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Lajeado, Leandro Wacholz, três supostos líderes do movimento foram identificados. Eles serão investigados por causar perturbação à ordem pública e podem ser autuados. O caso está sendo averiguado no Núcleo de Inteligência da Superintendência Estadual da PRF.

Diferentemente de outros manifestos, a PRF não foi avisada da intenção de interditar a rodovia. O fato foi criticado pelos policiais rodoviários. Em sua página no Facebook, Wacholz postou: “A ação dos manifestantes foi ilegal, porque sequer tiveram a ombridade de avisar às autoridades para garantir a segurança das pessoas. Também foi contraditória e debochada. Ao querer melhorar a vida da sociedade, atrapalharam o direito de ir e vir dos demais.”

Faltam quase 2,5 mil assinaturas

Para dar seguimento ao projeto de iniciativa popular, que visa reduzir em até 25% os subsídios de prefeito, vice-prefeito, secretários municipais e vereadores, é preciso adesão de 5% do eleitorado.

São necessárias 2.680 mil assinaturas de eleitores. Pouco mais de cem foram recolhidas no sábado. Lajeado tem 53.163 mil moradores aptos para votar.

A proposta dos líderes é aproveitar outros momentos, como o 20 de Setembro por exemplo, para angariar novas assinaturas.

Advogados divergem sobre a legalidade da proposta. Para o assessor jurídico da Câmara de Lajeado, Flávio Ferri, não há qualquer imposição limitando a aprovação da lei. “Nenhum texto da Lei Orgânica proíbe que leis de iniciativa popular sugiram mudanças nos subsídios.” Já o advogado, Fábio Gisch, afirma que a proposta precisa partir de um vereador. “A proposta só terá valor se um vereador colocar debaixo do braço e levá-la adiante.”

Enfraquecimentodos protestos

Em junho, pelo menos três grandes manifestações levaram mais de oito mil pessoas às ruas. A principal rodovia federal do Vale do Taquari foi interditada três vezes.

Para o protesto agendado para o dia 20 de setembro, em Lajeado, pouco mais de 30 pessoas confirmaram a participação.

Entrevista com o estudante Samuel Grando

Jornal A Hora – Quantas assinaturas foram recolhidas até o momento? O que pretendem fazer a partir de agora para buscar as 2,6 mil assinaturas necessárias?

Samuel Grando – Arrecadamos cerca de cem assinaturas. Buscaremos as faltantes até o fim do próximo ano. Ano que vem haverá eleição e todos estarão com o título em mãos.

A partir de hoje as folhas se encontram no DCE da Univates para quem quiser ir assinar.

– Qual a proposta que vocês pretendem encaminhar para apreciação do legislativo?

Grando – O Projeto de Lei com o intuito de diminuirmos em no mínimo 25% dos valores que recebem para vigorar na próxima legislatura que terá início em 1º de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020.

– Vocês sugerem a redução de CCs e contratação de concursados para as vagas. Qual o objetivo dessa proposta?

Grando – Gostaríamos que todas as pessoas com qualificação técnica tenham a oportunidade de concorrer às vagas. Dessa forma podemos evitar que as pessoas que ocupam os cargos não estejam lá apenas por apoiar ou conhecer alguém que apoiou alguém da coligação que venceu as eleições, como muitas vezes ocorre. Não seria mais justo abrir concurso de quatro em quatro anos?

– Como vocês avaliam a pouca adesão de manifestantes no sábado, comparando com outros protestos realizados neste ano em Lajeado?

Grando – Acredito que as pessoas que estiveram lá são as que realmente se importam e demonstram isso. Algumas pessoas acham que já cumpriram seu dever como cidadão indo às ruas em junho. O que me indigna é que há alguns meses se manifestavam dizendo “#OGiganteAcordou” e “#VemPraRua”, mas quando é a hora deles fazerem isso ficam em casa olhando o jogo da seleção brasileira. O gigante acordou, mas para muitos, em Lajeado, ele voltou a hibernar. Dia 20 haverá outro manifesto. É a hora de ver quem realmente se importa, no mínimo, com a sua cidade.

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