Apreensivos, professores ignoram greve

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Apreensivos, professores ignoram greve

Estado suspende negociações com classe após anúncio do Cpers. Aula segue no Vale

Vale do Taquari – O medo de retaliações por parte do governo estadual em decorrência da greve no magistério evita a interrupção das aulas nas principais escolas da região. Até ontem, mais de 27 mil estudantes seguiram de forma normal aos colégios. O Cpers/Sindicato busca adesão de mais professores.

Muitos magistrados estão desacreditados com as recentes paralisações do sindicato, como a de abril. Na época, os professores que aderiram ao movimento tiveram três dias descontados do salário.

Minutos depois do anúncio da paralisação geral, na sexta-feira, o secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, suspendeu todos os avanços propostos pelo governo como: as promoções de 2003-2012; o abono de faltas relativo às atividades sindicais entre 2008-2010 e a inclusão de servidores que atuam em escolas, no plano de carreira.

O secretário criticou a postura do Cpers. Em entrevista coletiva, Azevedo disse que as direções escolares são responsáveis por manter as escolas abertas e por fazer o registro fidedigno da presença ou ausência ao trabalho de professores e funcionários.

Afirmou que será cortado de quem não trabalhar. A deflagração de uma greve, neste momento, significa um rompimento unilateral nas negociações, diz.

A secretária-adjunta, Maria Eulalia Nascimento, recomendou aos pais procurar as direções escolares e pedir aos professores que mantenham as aulas.

Cpers convoca à greve

Desde sábado os núcleos do Cpers visitam escolas para ampliar o número de entidades em paralisação no estado. A direção do sindicato se diz preocupada pelo fato de que muitos educadores mostrem receio de participar da mobilização.

A vice-presidente, Neida Oliveira, pede “pulso firme” por parte dos professores. De acordo com ela, todas as atitudes do governo mostram que ele pretende “derrubar” a manifestação de forma autoritarista.

Para a sindicalista, os educadores devem lembrar de todas as promessas que o governo Tarso descumpriu nos últimos anos antes de se preocuparem em ter dias cortados em função da paralisação. “Temos que nos unir e mostrar nossa força.”

Os núcleos regionais do sindicato continuam visitando as escolas nos próximos dias para mostrar os motivos da manifestação. No Vale, há 103 escolas, onde estão mais de 2,4 mil professores e 27 mil alunos.

Da pauta de reivindicações:

– Implementação do piso nacional como básico e repercussão na carreira, com valor de R$ 1.567,00 para uma jornada de 40 horas semanais

– Criação de piso para funcionários da escola, tendo como parâmetro o piso nacional do magistério

– Atualização das promoções para professores e funcionários e garantia do pagamento rotativo

– Correção dos valores do vale-refeição, fim do estorno e extensão a aposentados e em licença-saúde

– Inclusão de todos os funcionários no plano de carreira

– Revisão do vale-transporte

Principais escolas mantÊm aulas

Presidente Castelo Branco – Lajeado

Érico Veríssimo – Lajeado

Nicolau Mussnich – Estrela

Vidal de Negreiros – Estrela

Gomes Freire de Andrade – Teutônia

Reynaldo Affonso Augistin – Teutônia

Tancredo de Almeida Neves – Teutônia

Santa Clara – Santa Clara do Sul

Guararapes – Arroio do Meio

João de Deus – Cruzeiro do Sul

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