Reprovações nas CNHs aumentam 43%

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Reprovações nas CNHs aumentam 43%

Variação na categoria B ocorreu entre 2003 e 2013. Mulheres são a maioria do índice

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Lajeado – Está mais difícil conquistar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Vale do Taquari. Nos últimos dez anos, os índices de reprovação aumentaram para testes de motocicletas, carros e prova teórica. Especialistas atribuem a queda de rendimento aos novos critérios de avaliação e maior dificuldade nas provas. Em alguns casos, aspirantes a motoristas chegam a rodar mais de seis vezes em menos de um ano.

dEm 2003, o índice de aprovação nos testes de motocicleta (categoria A) foi de 81,1%. Hoje, baixou para 64,1%. Os números são mais drásticos para as provas práticas com carros (categoria B). De 60,6%, o número de aprovados caiu para 34,4%. A porcentagem de alunos aprovados na prova teórica, que antecede a prática, diminui de 79,3% para 60,7%. Os dados de 2013 foram contabilizados até o início deste mês.

O primeiro semestre deste ano registrou uma queda no índice de formação de motoristas. Segundo dados divulgados pelo Detran estadual, menos de 35% dos inscritos na categoria B da CNH tiveram sucesso na avaliação prática. O índice, referente aos sete primeiros meses de 2013, é o segundo menor nos últimos quatro anos.

Em 2011, 34,29% dos alunos cadastrados receberam a habilitação para conduzir carros. Um ano depois, o número de aprovados aumentou, fechando em 35,6%. Em 2010, 41% dos inscritos na avaliação prática para carro cumpriram todos os requisitos exigidos pelo Detran.

Até o início da semana, o departamento havia registrado 5.111 pedidos de primeira habilitação. A região teve nove mil pessoas inscritas para prova prática. Destas, 3,1 mil tiveram êxito no exame.

Maior reprovação entre as mulheres

Na região, nas avaliações práticas para carro, as mulheres tiveram pior desempenho se compradas aos homens. Elas correspondem à maioria das pessoas avaliadas no período entre janeiro e julho. Do total de pessoas reprovadas neste ano, 4.551 eram do sexo feminino.

Janete Vittorazzi, 45, prestou a sexta prova prática, ontem à tarde. Desde outubro do ano passado, quando iniciou a CNH, foram 27 aulas práticas. O Detran exige, no mínimo, 20 aulas.

Ela atribui as reprovações ao nervosismo durante a avaliação e ao pouco conhecimento da cidade. A moradora de Progresso realiza em Lajeado os testes. Ela precisa passar antes do fim de outubro, quando completa um ano do início do processo. Depois, terá de pagar todas as taxas de novo.

Antes da última prova, a principal preocupação era com o carro. O veículo utilizado durante as aulas teve um problema no motor e foi excluído durante o exame. Mesmo com as reprovações, persistirá. Acreditava estar preparada para passar na primeira tentativa. “A cada reprovação é pior, tenho aquela sensação que vai tudo acontecer de novo.”

A causa das últimas duas decepções é conhecida: deixar o carro desligar durante a baliza. Erros durante o teste de estacionamento foram responsáveis por uma nova eliminação ontem à tarde. Desta vez, Janete perdeu pontos por não respeitar o limite de distância do meio-fio, de 50 centímetros e por erros na sinalização.

Simulador eletrônico

De acordo com o consultor do Sindicato dos CFSs do estado, Eduardo Cortez, em 2014, todos os CFCs deverão ter simuladores de trânsito para aspirantes a carteira da categoria B. Pelo menos uma máquina por estabelecimento.

A nova prática resultará em aumento no preço da CNH. Além das 20 horas práticas, cada aluno precisará cumprir outras cinco horas com o aparelho eletrônico que custará entre R$ 20 e 30 mil.

Sobre o aumento no número de reprovações, credita o fato a maior dificuldade impostas pelos examinadores nas provas. “Não está mais tão fácil como antigamente.” Mas ele critica quem examina e treina. Para ele, faltam cursos de capacitação e até mesmo profissionais suficientes que atuam na área.

Saiba mais sobre simulador

– A ideia surgiu em 2008, em função do elevado número de mortes. O Contran solicitou estudos para amenizar os impactos, e o simulador surgiu como opção. A partir de 2010, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou protótipos, que foram desenvolvidos pela Fundação CERTI.

– O simulador deverá servir como um equipamento complementar, não substituindo as aulas práticas. A previsão é que ocorram 5 aulas de 30 minutos.

– O aluno ficará exposto a situações de risco. O uso do aparelho também deve beneficiar pessoas traumatizadas, que podem treinar em um ambiente virtual antes de sair novamente às ruas. Estudos feitos no “National Center Injury”, instituto ligado ao governo dos Estados Unidos, comprovam que o uso pode reduzir em até 50% o número de acidentes primeiros dois anos.

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