Vale do Taquari – Investigadores e Instituto Geral de Perícias (IGP) encontram dificuldades para elucidar as razões dos últimos incêndios registrados na região nos dois últimos anos. Apenas em um dos quatro sinistros de grandes proporções as causas foram apontadas. Os últimos casos ocorreram na tarde dessa terça-feira, em Estrela e Taquari. Não houve óbitos nessas ocorrências.
O caso mais grave ocorreu em janeiro de 2012 em Roca Sales. É o único elucidado pela Polícia Civil. Conforme o inquérito, realizado com auxílio do IGP, houve problemas no momento do transbordo do combustível de um caminhão-tanque para o posto. Uma faísca teria iniciado o incêndio, seguido de explosão.
A chama se alastrou, atingindo outros dois caminhões, quatro carros e uma carreta. O incêndio foi controlado depois de duas horas e meia. Uma oficina instalada ao lado do posto teve parte da estrutura abalada pelas chamas. Dois ocupantes do veículo ficaram feridos. Um deles terá de passar por cirurgia para corrigir uma retração muscular no braço.
Outro caso que ganhou repercussão estadual ocorreu no último dia 10 de junho. Material depositado no térreo de um prédio em construção da construtora Diamond incendiou. A estrutura foi tomada pela fumaça preta das chamas e pelo menos 25 funcionários ficaram isolados e foram resgatados com auxílios da escada dos bombeiros e de caminhões-guindastes particulares.
De acordo com o delegado, Silvio Huppes, a PC aguarda pelo laudo do IGP para dar seguimento às investigações. “Ouvimos algumas testemunhas, mas o laudo é essencial para determinar as causas.” O prazo inicial divulgado pelo instituto para apresentar as conclusões era de um mês. Após 52 dias, nenhuma informação foi divulgada.
Susto no antigo prédio da Polar em Estrela
m Estrela, o antigo prédio da fábrica de cerveja Polar e que funcionava como depósito de materiais da prefeitura, pegou fogo no início da tarde. Em entrevista ao jornal O Informativo, o próprio secretário de Administração, Henrique Lagemann, alertava para o risco de incêndio no local.
Conforme o Corpo de Bombeiros, o fogo se iniciou por volta das 14h. Ruas próximas foram isoladas para auxiliar no trabalho de contenção das chamas, que chegaram até o segundo andar da estrutura. Funcionários conseguiram sair a tempo. Passava das 17h quando o fogo foi controlado.
De acordo com a PC, não há informações oficiais sobre as causas do incêndio. Mas, segundo testemunhas, os bombeiros suspeitam que o fogo foi provocado pelas faíscas de um maçarico, que atingiram um dos sofás depositados no espaço. A administração municipal estima que mais de mil sofás queimaram no incêndio.
O prédio serviu durante décadas como refeitório da cervejaria Polar, desativada há mais de dez anos. Em 2006, o local foi desativado e comprado pelo poder público. A intenção é transferir o centro administrativo, prédios públicos alugados e secretarias para o local. Uma ampla reforma está prevista e agora deverá ser intensificada após o incêndio.
Pelo menos dez feridos em Taquari
Segundo a Brigada Militar (BM), de Taquari, o incêndio que atingiu uma loja de armas, munições e fogos de artifício deixou pelo menos dez pessoas feridas. Todas foram encaminhadas ao hospital local com ferimentos leves e liberadas. De acordo com informações da BM, as chamas surgiram por volta das 15h30min. Na sequência, ocorreram várias explosões.
Foi preciso chamar o Corpo de Bombeiros de Montenegro já que Taquari não tem sede própria da corporação. O fogo foi controlado por volta de 17h. Ontem, a equipe do IGP foi até o local averiguar as possíveis causas do incêndio.
Prédios públicos inseguros em Lajeado
Creches, postos de saúde, secretarias, prefeitura, escolas municipais e ginásios de esporte não têm alvarás dos Bombeiros para funcionar no município.
O problema preocupa o comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Cássio Conzatti. “Como não está em dia, não há como garantir que estes locais são seguros.”
A ausência de alvarás e Planos de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) é apenas um dos problemas apontados pelo capitão.
Segundo ele, alguns prédios sequer possuem plantas. Diz que pouco foi feito na última gestão. “Como cobraremos do cidadão se o próprio poder público não faz sua parte”, indaga.
O secretário de Governo, Auri Heisser, admite o problema. São 41 escolas municipais de Ensino Fundamental e Infantil sem garantia de segurança por parte dos bombeiros. “As escolas serão prioridades absolutas. Definiremos um cronograma para iniciar o quanto antes as adequações.” Segundo ele, algumas estão bastante avançadas. Outras necessitam de investimentos maiores.
Hoje, apenas o ginásio Cláudio Brancher, o “Claudião”, está próximo de conseguir o alvará. O mesmo deve ocorrer com o Parque do Imigrante em breve.
Segundo Heisser, o Executivo deverá contratar um profissional para trabalhar de forma exclusiva nesses projetos. O executivo não estipula prazo para resolver a demanda.