Lajeado – A recorrência de acidentes no acesso aos bairros Conventos e Bom Pastor será tema de uma audiência pública marcada para o dia 1º de agosto. O evento ocorre no salão da comunidade Nossa Senhora de Lourdes, a partir das 19h. Toda comunidade envolvida, assim como representantes do executivo, do Dnit, Daer e PRF estão convidados. Espera-se buscar um consenso sobre a necessidade de obras no local.
De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Bairro Conventos, Reinhard Erich Schlabitz, a discussão servirá para a comunidade expôr as sugestões de melhorias no trecho. Segundo ele, há dúvidas em relação a melhor forma de resolver o problema. “Decidiremos, existem várias ideias. Mas precisamos de um consenso.”
Entre as propostas já existentes, estão a construção de um túnel, de uma rótula e até a instalação de semáforos no cruzamento. De acordo com o vereador Ildo Salvi, que auxilia na organização da audiência pública, a melhor solução seria construir uma rótula fechada, semelhante àquela na entrada dos bairros Moinhos D’água e Moinhos, na ERS-130.
Segundo Salvi, a construção da rótula fechada custaria entre R$ 600 e 700 mil, conforme pesquisa com engenheiros. “Caso seja feita a duplicação, a obra não precisaria ser alterada. Mas se a rótula for aberta, precisará ser refeita.” O vereador informa que, se a escolha for por uma rótula aberta, os custos devem variar entre R$ 150 e 200 mil.
Moradores reclamam
O frentista Wilson Schaeffer, 41, chegou a levar 17 minutos para atravessar a rodovia de carro. Presencia acidentes quase todas as semanas. Segundo ele, o acesso tem pouco espaço para o grande fluxo de automóveis. O que agrava as más condições do trevo é a imprudência e a pressa dos motoristas.
Há um projeto de túnel sob a BR- 386 que serviria para desafogar o trânsito. Schaeffer, assim como os demais funcionários do posto, consideram a solução paliativa. O congestionamento diário desse trecho obrigou os moradores a encontrar outra saída: um acesso secundário dentro do posto de gasolina. Caminhões carregados passam por ali, entre o posto e um restaurante, oferecendo riscos aos pedestres que por ali circulam. “Isso aqui é um pesadelo”, desabafa.
Funcionários do restaurante estão insatisfeitos com a falta de melhorias. O garçom William Bald, 15, se preocupa com os riscos trazidos aos clientes. Passam caminhões de grande porte e veículos em velocidade elevada. Clientes desavisados correm risco de serem atropelados, ressalta.
Descontentes com a demora da solução, o mecânico Jones Carlos Birckheuer, 26, trabalha em frente ao trevo e utiliza o acesso há mais de dez anos. Impressionou-se com o aumento do número de veículos que circulam nesta área nos últimos cinco anos. Para ele, deve-se pensar em uma solução que se feita agora sirva para mais tarde. “Precisamos de solução urgente”, exige.
Vitor Heinler, 46, mora em frente ao trevo há mais de 25 anos. Presencia de dois a três acidentes por mês no local. Segundo ele, o problema se agrava nas sextas-feiras. Às 18h, horário de trânsito para a universidade sempre há problemas. “Todo mundo está cansado de saber que esse trevo é ruim e perigoso, mas ninguém faz nada”, lamenta.
Túnel ficou na promessa
Só no trecho de cinco quilômetros entre o acesso ao centro da cidade e o posto da Polícia Rodoviária Federal existem 15 acessos a bairros lajeadenses. O intenso fluxo de pedestres e veículos colabora para tornar o trecho entre os quilômetros 340 e 345 da BR-386 um dos perigosos do estado.
Em setembro de 2011, o governo municipal anunciou a finalização do projeto para construção de um túnel sob a rodovia, interligando os bairros Bom Pastor e Centenário. O orçamento era próximo de R$ 5 milhões. A obra teria 13 metros de pista, dois metros de ciclovia em cada sentido da via, e um metro de canteiro. A administração municipal, inclusive, pagou cerca de R$ 43 mil pelo projeto.
Diversas entidades apoiaram a iniciativa: Sulvias, Ministério Público de Lajeado, PRF, câmara de vereadores de Lajeado, Acil, CIC-VT, CDL, Univates, Codevat, Uambla e Sindilojas.
Na época, a expectativa era finalizar todo o empreendimento até o fim de 2012. Porém o projeto nunca saiu do papel e não foi incluído no orçamento disponível para duplicação da BR -86. Com o túnel, estava previsto o asfaltamento das ruas Carlos Gomes, no bairro Centenário, e a Zeno Schmatz, do Bom Pastor.