Lajeado – O problema está longe de acabar. Uma semana após anunciar os serviços de reparos no trecho urbano da ERS-130, entre o Posto do Arco e o início da RSC 453, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) pouco fez para solucionar a calamitosa situação da mais movimentada rodovia estadual do Vale. Nas redes sociais, motoristas reclamam do descaso.
Centenas de buracos seguem colocando em risco motoristas e pedestres. Reportagem publicada na terça-feira passada revelou a presença de 456 buracos na extensão de 3,7 quilômetros. O presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, anunciou para a semana passada a realização dos reparos.
Nessa sexta-feira, a empresa realizou uma operação tapa-buracos no trecho. Os trabalhos foram insuficientes. Os serviços realizados pela estatal se limitaram ao percurso entre o viaduto sobre a BR-386 e o trevo de acesso a ERS-413, só no sentido Lajeado a Venâncio Aires. Mesmo nesse trecho, os reparos estão incompletos. Em alguns pontos, os buracos reapareceram. No restante da extensão urbana a situação piorou.
Com a chuva do fim de semana, alguns pontos ficaram mais emburacados. Entre os locais mais críticos está o trevo de acesso à Av. Benjamin Constant, próximo da rodoviária. Nesse ponto, é possível verificar buracos com quase um metro de diâmetro, em ambos os sentidos da via. “É uma vergonha. Acho pior que muita estrada de chão por onde trafego”, comenta o motorista de caminhão, Anderson Garcia.
Conforme o presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, nessa segunda-feira, a empresa realizou trabalhos no trecho da rodovia Cruzeiro do Sul e Lajeado. Para hoje de manhã, promete reiniciar os serviços de tapa-buracos nos 3,7 quilômetros de perímetro urbano. “O asfalto está deteriorado. É possível que os buracos retornem”, lamenta.
Bertotto reafirma a intenção de contratar, de forma emergencial e sem licitação, empresa para realizar o recapeamento do asfalto na ERS-130. O custo, segundo o presidente, pode chegar a R$ 700 mil. Em viagem a Brasília, ele não soube precisar as razões para o atraso na finalização dos serviços.
O presidente confirma investimentos na pintura das faixas de sinalização e um trabalho em conjunto com a administração municipal para instalação de novas placas.
Mais de R$ 600 de prejuízo
Há cerca de três semanas, o corretor de imóveis, Wagner Kober, quase se acidentou na rodovia estadual. Ele trafegava próximo da entrada para o bairro Montanha, quando atingiu um dos buracos espalhados no perímetro urbano de Lajeado. O choque resultou em um pneu furado e uma roda danificada.
De acordo com Kober, o custo dos reparos foi próximo de R$ 650. “Havia recém trocado de pneu”, lamenta. Pensou em cobrar do estado o pagamento pelo prejuízo. Chegou a fotografar o local, mas desistiu. “Esse dinheiro acabaria sobrando para meus netos, de tanto que demoraria”, ironiza.
Qualquer acidente com ferimentos ou danos materiais, cuja responsabilidade seja comprovadamente da rodovia, pode ser cobrado do estado. É preciso, em um primeiro momento, chamar a equipe da PRE para realização do Boletim do Ocorrência (BO). A partir disso, o laudo de um engenheiro mecânico precisa atestar a culpa para que o reembolso seja solicitado.
Conforme estatísticas da PRE, ocorreram 68 acidentes no trecho de 3,7 quilômetros. Uma média de nove por mês. Foram 34 feridos e um morto nesses sete meses de 2013.
Reclamações nas redes sociais
O link publicado na página do jornal A Hora, no Facebook, teve 135 compartilhamentos. As reclamações são diversas. Pneus furados, altos valores pagos pelo pedágio, e falta de transparência com os recursos arrecadados com IPVA são alguns pontos levantados pelos internautas. Além dos buracos, os motoristas se queixam da falta de iluminação e sinalização.