Lajeado – A União das Associações de Moradores dos Bairros de Lajeado (Uambla) encaminhou correspondência à entidades empresariais do município. Solicita ajuda para conscientizar os motoristas a pagar a taxa do estacionamento, de R$ 0,75 por meia hora.
Em dificuldade financeira desde outubro de 2012, o presidente Darci Pólis e o tesoureiro precisaram fazer empréstimo para pagar o 13º salários dos 39 funcionários. A dívida, que era de R$ 70 mil nos primeiros meses do ano, supera os R$ 100 mil.
A arrecadação mensal diminuiu em média R$ 10 mil desde janeiro. Conforme Pólis, para manter o quadro funcional, comprar materiais de expediente e equipamentos, a entidade precisa de no mínimo R$ 70 mil.
Segundo ele, a inadimplência dificulta o fechamento das contas. A estimativa aponta para um índice de 42% de motoristas que não pagam a tarifa. Há quatro anos, o percentual era de 15%. São 700 vagas em 64 quadras.
Quitação de débitos
Em reunião entre Acil, CDL e Sindilojas, os diretores trataram da dificuldade da Uambla. Na ocasião, resolveram orientar os associados a quitar os débitos com a entidade. Conforme o presidente da Acil, Ronaldo Zarpellon, o estacionamento rotativo é indispensável para o município.
Para ele, o uso temporário das vagas no centro contribue para o comércio, pois proporciona aos clientes a oportunidade de deixar os veículos próximos das lojas.
Associação espera posição do governo
O Executivo desenvolve projeto para readequar o modelo de cobrança no município. Conforme Pólis, a diretoria da Uambla aguarda uma definição para, se aberta, participar da licitação.
De maneira emergencial, conta que a associação pretende levar à administração municipal um pedido de auxílio financeiro. Em outubro, será realizada nova eleição na entidade. O atual presidente está no segundo mandato e não poderá ser candidato. “Queremos entregar a entidade com a situação em dia.”
Município analisa processo
No ano passado, o Ministério Público (MP) abriu investigação sobre a falta de concorrência pública na concessão do estacionamento rotativo pago. Na época, a Promotoria pediu a anulação do convênio.
O processo judicial não impede que a administração municipal elabore um novo sistema de rotativo. Caso o Executivo se interesse em projetar um modelo diferente, a proposta deve ser apresentada ao MP para análise. No início de junho, o município solicitou o processo para estudo. O documento deve ser reencaminhado à Promotoria de Justiça nos próximos dias.
Análise editorial
A ineficiência e dificuldade do modelo do estacionamento rotativo pago em Lajeado são matérias recorrentes no A Hora desde 2010. A Uambla acumula déficit nas contas e a dívida passa de R$ 100 mil. Recorreu a empréstimos bancários e seus diretores penhoram bens.
O descrédito da população em relação ao serviço aumenta na mesma proporção, sem falar na ignorância e desrespeito de muitos motoristas que ignoram os cobradores.
A administração municipal aguarda determinação da Justiça para decidir sobre a permanência ou não do atual modelo. Um marasmo burocrático que impede melhorar um serviço indispensável para uma cidade com um carro a cada 1,4 habitantes. Soma-se ao índice, um sistema viário mal planejado, mesmo refeito nos últimos anos.
Entidades de classe, como Acil, CDL e Sindolojas endossam campanha para conscientizar motoristas a quitar débitos com a Uambla. Mais uma tentativa de tirar a instituição de situação desastrosa. Impossível manter um sistema que precisa R$ 70 mil mensais para pagar as contas e só arrecada R$ 60 mil.
