Vale do Taquari – A precariedade dos sistemas de alerta e previsão de enchente na região deve acabar a partir de agosto. Até lá, a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) quer finalizar a instalação das nove estações telemétricas. Estas permitem leitura constante e acompanhamento preciso do volume de chuvas e evolução do nível do Rio Taquari.
O monitoramento atual é feito pelas réguas instaladas em pontos estratégicos no rio. São insuficientes para prever a intensidade das cheias e antecipar a retirada das famílias em áreas de risco.
A supervisora de Hidrologia da CPRM, Márcia Pedrollo, projeta para o fim de agosto a instalação dos nove instrumentos. O primeiro foi colocado em Estrela, no porto. Encantado e Muçum serão outras cidades do Vale a receber o sensor. Os demais serão instalados nos outros municípios que formam a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas.
O custo do projeto é de R$ 436 mil e é pago pelo governo federal, por meio do Programa de Aceleração de Desenvolvimento (PAC). No estado, a bacia hidrográfica do Caí já tem o modelo.
Como funcionará
Os noves equipamentos serão controlados pela central reguladora, que ficará em Porto Alegre. De lá, as informações e previsões serão repassadas para os municípios.
De saída, profissionais da Defesa Civil (DC), administrações municipais e bombeiros serão cadastrados para receberem os alertas. Após a consolidação, a meta é fornecer os dados pela internet, acessível para todas as pessoas.
O coordenador regional da DC, tenente-conorel Vinícíus Rener Galvani, comemora a profissionalização. A partir desses sensores, haverá uma leitura “verdadeira” sobre a evolução das águas, diz Galvani. Observa a necessidade de cerca de seis horas para retirar as pessoas das áreas de risco. Como não há precisão sobre a quantidade das chuvas desde a cabeceira do Taquari, muitas vezes falta tempo para fazer as evacuações
Univates tem projeto paralelo
Desde 2011, a Univates, investe no sistema de alertas. A proposta é recuperar o modelo que funcionou entre 2003 e 2007, desativado pela pouca funcionalidade. A previsão é instalar até o fim do ano sete linígrafos e dez pluviômetros (que medem a quantidade de chuva). Serão colocados em diversos pontos do Rio Taquari e seus principais afluentes.
O objetivo é monitorar do nível das águas, afim de realizar previsões e alertas de inundações para a região mais afetada do Vale do Taquari, em especial Lajeado, Estrela e Encantado. Os equipamentos estão em testes. Cerca de R$ 200 mil foram destinados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado para viabilizar o projeto.
SAIBA MAIS
A Rede de Estações Telemétricas da Aneel é formada por Plataformas de Coleta de Dados – PCDs, que medem o nível do rio e quantidade de chuva na região, transmitindo as informações por meio dos satélites brasileiros SCD1, SCD2 e CBERS.
Essas estações são instaladas em torres de alumínio ou abrigos de alvenaria e têm antena de transmissão e um painel solar que provém toda a energia necessária para manter o funcionamento da estação.
