Ranzi sugere duas sessões e é reprimido

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Ranzi sugere duas sessões e é reprimido

Presidente considera desrespeito não debater proposta em comissão interna

Câmara de Lajeado – Nos 7 minutos disponíveis para pronunciamento a cada parlamentar, Carlos Ranzi (PMDB) propôs a realização de duas sessões semanais. Foi aplaudido pelo público que lotou a câmara nessa terça-feira.

Para ele, aumentar os encontros proporcionará à comunidade a oportunidade de acompanhar os trabalhos realizados pelo Legislativo. A sugestão de Ranzi é realizar outra sessão nas quintas-feiras, a partir das 18h45min. “Somos 15 vereadores, assim imprimiremos mais velocidade para análise dos projetos.”

A ideia, afirma, visa evitar o acúmulo de projetos. Segundo Ranzi, no ano, houve 44 pedidos de acordo para votação emergencial. Para ele, isso é prejudicial pois não há análise dos textos pelos vereadores.

Para ele, com duas sessões abre-se espaço para maior participação de associações de moradores, secretários municipais e conselhos expor as necessidades e os trabalhos realizados na cidade.

“Esse tipo de proposta é jogar à torcida”

O presidente da câmara, Sérgio Kniphoff, criticou o colega. Lembrou a criação da comissão que estuda adequações no regime interno, local onde essas propostas são estudadas. Para ele, o discurso de Ranzi deixou os demais em uma situação constrangedora. “Esse tipo de manifestação é jogar à torcida.”

A comissão parlamentar que trata do regimento interno se reúne semanalmente. Fazem parte da equipe Kniphof, Ildo Salvi (PT), Waldir Gisch (PP) e o próprio Ranzi. Segundo o presidente, o peemedebista não tem comparecido aos encontros. De acordo com ele, é possível haver mais sessões, mas é necessário passar pelo crivo dos vereadores nomeados para estudar o regimento.

Kniphoff foi enfático. “Fazer uma proposta para todos aplaudi-lo e aparecer no jornal é fácil”. Conforme o petista, há necessidade de atualizar o estatuto, inclusive com a possibilidade de realizar até três sessões por semana, mas a discussão precisa ser feita dentro da comissão. “É aqui que se estuda essas propostas. Ou nos respeitamos, ou nem a comunidade nos respeitará.”

Prazo para emenda expirou

Presidente da comissão que trata do regimento interno, Gisch reprova a forma com que Ranzi expôs a sugestão. De acordo com ele, as emendas à norma da casa tinham prazo até o fim de abril para serem apresentadas. A partir de agora, são realizadas as adequações e nas próximas semanas o texto será apresentado à votação.

O progressista concorda com o Kniphoff. Na avaliação do parlamentar, aumentar o número de sessões não interfere no andamento dos trabalhos do Legislativo. “Se for para fazer duas, então que se divida, uma para pronunciamentos, outra para votação de projetos.”

Os 7 minutos de discurso, frisa, servem para uma autopromoção. Segundo Gisch, no momento de apreciar os textos de lei, há pouca participação dos vereadores. Isso, na opinião dele, demonstra pouco conhecimento sobre as temáticas das propostas.

“Divergência não abala relação”

Carlos Ranzi, vereador pela primeira vez defende mais uma sessão por semana.

A HORA: Quais os motivos para apresentação dessa proposta?

Carlos Ranzi: Qualquer cidadão gostaria de duas sessões. Isso agiliza o andamento dos processos. Até agora, foram 44 pedidos de acordo de lideranças para votação emergencial. Não houve tempo de análise.

Penso ser uma resposta às manifestações. A oportunidade de os vereadores demonstrarem o seu trabalho. O município cresce a olhos vistos, e a câmara precisa acompanhar.

O presidente Sérgio Kniphoff criticou a forma com que o senhor apresentou a ideia. Como avalia essa posição?

Ranzi: É o papel dele como presidente da casa, do qual ele cumpre muito bem. É uma pessoa que admiro. A divergência não abala a relação entre nós, ou com outros parlamentares. Não fiz uma crítica a ele, foi uma sugestão. Como tantas outras.

Como integrante da comissão parlamentar, por que a sugestão não foi levada dentro do prazo estipulado?

Ranzi: A ideia veio depois, mas tem outras coisas. Há projetos de emendas na casa que nem foram votados. É preciso colocar esses assuntos sobre a mesa. Do contrário, a população pensará que não temos essas ideias. Acredito que se fui eleito é por algum motivo. Represento uma população que deseja mudanças.

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