HBB inaugura novo espaço da hemodiálise

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HBB inaugura novo espaço da hemodiálise

Nova estrutura custou R$ 791 mil e possui capacidade para atender 152 pacientes

Lajeado – O Hospital Bruno Born (HBB) realiza, hoje, a solenidade de inauguração do novo espaço destinado aos serviços de hemodiálise. A cerimônia está marcada para as 19h. A obra de ampliação se iniciou em agosto de 2012 e recebeu um investimento de R$ 791 mil. O valor foi custeado pelo Ministério da Saúde.

Com a nova estrutura, o HBB terá condições de atender até 152 pacientes dos 42 municípios que formam a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde. Os serviços de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal são prestados em uma área de 700 metros quadrados – 282 a mais do que o espaço anterior – e 38 leitos com máquinas de hemodiálise.

A equipe multidisciplinar responsável pelo atendimento de pacientes com com problemas crônicos nos rins é formada por 40 profissionais. São médicos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, nutricionistas e auxiliares. Há quatro salas de hemodiálise, três consultórios médicos, três salas administrativas, sala de reunião, de emergência e de diálise peritoneal.

Conforme o responsável pelo Serviço de Hemodiálise do HBB, Marcos José Mallmann, nos dois últimos anos houve aumento no número de transplantes. Em 2011, foram sete procedimentos e, em 2012, 19. Hoje, 125 pacientes realizam três sessões semanais de hemodiálise. Cada sessão dura em média quatro horas.

Pacientes aguardam transplante

Em 2013, o HBB realizou oito transplantes de rim. Todos os órgãos vieram de doadores mortos, por meio de autorização familiar. Outros 20 pacientes estão registrados em uma lista, aguardando por doação. Outros 30 devem entrar na fila nos próximos meses. “Se o problema renal for crônico, é necessário o transplante”, comenta Mallmann.

A maior dificuldade é encontrar doadores compatíveis. É comum famílias negarem a doação. Dentro do HBB, há uma equipe responsável pela intermediação entre a UTI – onde costumam ocorrer as mortes encefálicas –, familiares e o setor de hemodiálise. “Eles buscam a autorização para retirada dos órgãos, mas nem sempre isso ocorre.”

Entenda melhor a hemodiálise

Os rins são os órgãos responsáveis pela filtragem do sangue. São os únicos órgãos do corpo humano que podem ser substituídos por uma máquina. Essa filtragem mecanizada é denominada de hemodiálise.

O processo é realizado por meio de uma máquina que filtra de forma artificial o sangue. Ele circula por meio de tubos com membranas semipermeáveis, mergulhados em uma solução que contém as mesmas substâncias que se encontram presentes no sangue, como glicose, sais, entre outros

Mesmo com os benefícios da hemodiálise, o paciente pode apresentar complicações, como hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição e hepatite, que podem ser tratadas e controladas a cada sessão de hemodiálise.

Detalhes do transplante de rim

Cerca de 80% dos transplantes de rim transcorrem sem maiores problemas;

Mais de 80% das cirurgias no Brasil são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os custos desse tipo de tratamento pode variar entre R$ 20 mil e R$ 80 mil;

O doador deverá ter 30 anos, ou mais, e ser avaliado em consulta médica e realizar uma série de exames de sangue, urina, radiológicos e eletrocardiograma.

“Agora é mais confortável”

Moradora de Taquari, Lúcia da Rosa Flores, 56, iniciou o tratamento em 1997, um ano após ser diagnosticada com insuficiência renal. Ela tinha 50% do rim. Se tratou durante dez anos em Porto Alegre. “Era difícil a locomoção.” Em 2005, os exames mostraram que tinha apenas 25% do órgão.

Há pouco mais de três anos iniciou o tratamento no HBB. A proximidade com a cidade permite que familiares a acompanhem durante as três sessões semanais. Os quatro filhos e o marido se revezam.

Mal-estar, pressão baixa e enjoos são os principais sintomas sentidos durante as sessões. Ela afirma estar acostumada. “É complicado, não é fácil para ninguém aqui.” Sobre as novas instalações, comemora o conforto do novo local e garante que revistas, jornais e o celular são os principais passatempos.

Lúcia está há um ano na lista por doação. O marido realizou exames. Mas o órgão não é compatível. Ela descarta aceitar doações dos filhos. “Não quero o rim deles, pois eles poderão precisar.”

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