Alunos protestam por transporte escolar

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Alunos protestam por transporte escolar

200 estudantes vão às ruas nesta segunda-feira

Progresso – As aulas do Ensino Politécnico da Escola Estadual São Francisco estão suspensas há três semanas por falta de transporte escolar gratuito. Insatisfeitos com a inércia do estado e município, 200 estudantes vão às ruas a partir das 10h30min desta segunda-feira.

Uma das alunas que permanece em casa desde o dia 10 é Luana Pozzebon, 16, estudante do 2º ano. Para ela, é preciso manter a greve do Politécnico até o poder público encontrar uma solução. A aluna mora em Alta Picada Serra, 15 quilômetros do centro – 1,5 de chão batido.

Conforme Luana, 144 estudantes são prejudicados. Apesar de não precisar do transporte, mais jovens devem participar da mobilização para ajudar os colegas. A caminhada segue da escola até a prefeitura. Alunos confeccionaram cartazes reclamando da situação.

Para participar das aulas nesse ano, Luana pagava R$ 3 por viagem. A estudante aproveitava a condução dos universitários até Lajeado. Mas era preciso sair antes da aula para ir até a rodoviária.

Sua colega Natália Carniel, 16, mora em Xaxim e reforça a dificuldade dos alunos. De acordo com ela, a maioria das famílias mora em área rural e não tem condições para custear o transporte.

Em alguns casos, o ônibus sequer passa em frente à casa dos estudantes nos horários propostos para o Politécnico e eles precisam caminhar quilômetros. “Vamos às ruas chamar a atenção. O governo precisa parar de enrolar.”

O diretor da escola, Luiz Heitor Finatto, está preocupado com a situação. Segundo ele, o ensino dos jovens será prejudicado, pois projetos e pesquisas relacionados à disciplina estão atrasados.

Desconhece qual medida será utilizada para recuperar o conteúdo. Mas descarta o retorno à escola durante as férias. Para ele, sem transporte escolar gratuito durante o ano letivo, será difícil ter após o término das aulas.

Segundo o diretor, município e estado foram notificados pela direção escolar do início da greve, por meio de ofícios, no dia 11 deste mês. Nenhum se manifestou. Não há reunião prevista para debater sobre o assunto.

Entenda o caso

No total, são seis turmas prejudicadas. Para acompanhar as atividades do Politécnico, os jovens do 1º e 2º ano precisam permanecer o dia inteiro na escola, pelo menos uma vez por semana. No entanto não há transporte público para os estudantes durante a tarde. Eles dependem das empresas Expresso Azul e São Luiz.

Segundo Finatto, um convênio entre estado e município determina as responsabilidades sobre o transporte escolar, mas existem dúvidas em relação a obrigação de cada parte.

Uma das alternativas para revolver o impasse seria o município pagar R$ 1 mil mensais para um empresa terceirizada fazer o serviço. Em contrapartida, o estado daria um micro-ônibus para o Executivo. “Tentamos o acordo. O município não aceitou.”

Estado e município se eximem

Para o secretário da Educação, Raênio Roque Battisti, por o Politécnico ser um programa do governo estadual, os custos com sua aplicação devem ser pagas pelo estado. Diz que a obrigação do Executivo é oferecer transporte para a educação básico e isso é feito. “O estado quer empurrar para o município uma obrigação que é sua.”

De acordo com a coordenadora regional da educação, Marisa Bastos, o estado repassa R$ 358,460 mil por ano para o transporte dos alunos da área rural. Segundo ela, por lei, o município se responsabiliza por administrar a verba, organizar os itinerários e os estudantes atendidos. “Pagamos pelo deslocamento de volta, mas o estado já pagou por isso, só que em outro horário.”

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