Vale do Taquari – A cobrança do pedágio nas rodovias estaduais da região recomeçou ontem. No primeiro dia, problemas para caminhoneiros que usam o cartão vale-pedágio Visa. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) reconhece a dificuldade em validar a operação nas praças de Flores da Cunha, Encantado, Boa Vista do Sul e Cruzeiro do Sul.
De acordo com o presidente da empresa, Luiz Carlos Bertotto, até a solução, a passagem de caminhões é liberada mediante a anotação das placas dos veículos e dos nomes dos condutores para cobrar futuramente.
A competência pela regulação do vale-pedágio é da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). No dia 22 de maio, Bertotto e o coordenador regional do órgão no estado, Antônio Cavalhal, se reuniram para definir a forma da cobrança.
O benefício é destinado para caminhoneiros autônomos. Instituído por lei de 2001, desonera o transportador do pagamento do pedágio, transferindo a obrigação aos embarcadores, responsáveis pelo pagamento antecipado da tarifa.
Além da operadora Visa, com a qual a EGR tenta firmar parceria desde dezembro, o vale-pedágio das empresas DBTrans Auto Expresso e Via Fácil foram aceitos sem problemas.
Emergência segue com Samu
O levantamento do Daer sobre a necessidade de contratações de ambulâncias e plantonistas continua. Conforme a EGR, os serviços de atendimento de emergência segue nos próximos 30 dias com o Samu.
Caminhoneiro há 20 anos, Sueli dos Santos Lopes, de Carazinho, comemora a redução das tarifas. “Em Marques de Souza, era um roubo.” Na região de Passo Fundo, onde há três praças, considera exagerado. “São três cobranças em 45 quilômetros.”
Lopes teme a falta de atendimento, principalmente, em casos de acidente. Para ele, o pedágio é necessário pelos serviços prestados. Trabalha em uma transportadora de aves e trafega pelo Vale três vezes por semana.
Em 2012, a concessionária Sulvias atendeu 2,2 mil, entre serviços de guincho e ambulâncias. Foram 5.091 atendimentos para problemas mecânicos e 961 em acidentes. Outros 276 casos envolvem mal súbito e embriaguez. Nesse período, 2.215 pessoas foram resgatas e atendidas nas rodovias do Vale.
Até abril deste ano, foram 2.096 registros de atendimentos mecânicos e 339 para acidentes. A ambulância e a equipe de resgate atenderam 709 pessoas. A empresa oferecia quatro guinchos leves, um guincho pesado e cinco ambulâncias nas cinco praças do polo de Lajeado.
416 quilômetros para a EGR
As quatro novas praças somam-se a outras três (Coxilha, Campo Bom e Portão). Ao todo, são 416 quilômetros geridos pela EGR. Uma empresa foi contratada para prestar o serviço de maneira emergencial. A maioria dos funcionários da concessionária Sulvias foi recontratada. O contrato custa R$ 220 mil por mês.
A operadora Clarice Gisch trabalha desde 1998 no pedágio de Cruzeiro do Sul. O anúncio da transferência para a EGR trouxe incertezas. “Mas agora está tudo normalizado.” A empresa estima que 19 mil veículos passam todos os dias pelas três praças do Vale.
Com a retomada da cobrança das tarifas de pedágio com valores até 30% mais baratos ocasiona em um incremento na economia da região, acredita Bertotto. “Os valores poupados no pedágio serão gastos em outros segmentos.”
Como exemplo, cita o preço dos fretes e das passagens de ônibus intermunicipais, que tendem a cair. Conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) prevê uma redução de até 5% no preço dos fretes.