Obesidade atinge 35% dos alunos da rede municipal

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Obesidade atinge 35% dos alunos da rede municipal

Executivo lança Projeto ReeducAção Alimentar

Arroio do Meio

Levantamento realizado pela Secretaria de Educação aponta aumento no número de estudantes obesos ou com sobrepeso. No ano passado, o percentual chegou a 35,9%, ante os 31,5% registrados em 2011. De cada três crianças e adolescentes matriculados na rede municipal, um está acima do peso.

Para diminuir os casos de obesidade infantil, o Executivo lançou, nessa quarta-feira, o Projeto ReeducAção Alimentar. A ideia é envolver os 2.850 alunos das 18 instituições de ensino – oito de Educação Infantil e 13 do Ensino Fundamental.

Após a divulgação dos estudos em 2011, o governo modificou o cardápio oferecido na merenda escolar. Frituras foram substituídas por pratos integrais. O município passou a comprar frutas e verduras produzidas por agricultores familiares, além de incentivar projetos de hortas nas escolas.

Para a secretária Eluise Hammes, a diminuição no número de alunos com eutrofia (peso ideal) serve de alerta. “Precisamos manter as atividades para ao menos estagnar esses índices.”

Conforme ela, o projeto levará o debate sobre alimentação saudável para o âmbito familiar. Os pais serão incentivados a evitar a compra de guloseimas, como salgadinhos, bolachas recheadas, refrigerantes, entre produtos industrializados.

Serão distribuídos folhetos nas escolas e postos de saúde para alertar sobre o risco de doenças ligadas ao excesso de peso. O desafio para este ano será diminuir a quantidade de açúcar, sal e óleo no preparo dos alimentos.

O ReeducAção Alimentar é uma das ações do Projeto Escola e Família: de mãos dadas pela escola. Os resultados, acredita Eluise, serão percebidos a longo prazo. “Queremos diminuir as doenças relacionadas a uma alimentação inadequada.”

O índice arroio-meense é reflexo da obesidade registrada no país. Mais de 33% das crianças com 5 e 9 anos pesam mais do que deveriam.

Aumento de peso

Em 2011, o levantamento da Secretaria de Educação avaliou 1.890 alunos. Deste total, 65% estavam com o peso adequado. O percentual de alunos com sobrepeso era de 15,47%. De obesos, era 15,63%. Outros 3,60% estavam com baixo Índice de Massa Corporal (IMC).

Um ano depois, a média de alunos com eutrofia diminui 3,77%. O percentual de alunos com sobrepeso aumentou 4,36% e de obesos 0,24%.

Com cerca de 20 estudantes, a Escola Afonso Celso, em Picada Arroio do Meio, teve o maior decréscimo. O percentual de jovens com eutrofia baixou mais de 30%, enquanto que o índice de alunos acima do peso chegam a 68,1%.

Duas escolas dão o exemplo

As escolas Princesa Isabel, do bairro Rui Barbosa, e a São Caetano, tiveram evolução na avaliação nutricional dos alunos. Conseguiram reduzir os índices de sobrepeso e obesidade. A de São Caetano desponta como líder no índice de estudantes no peso ideal, chega a 67,8%.

Há mais de dez anos, a escola tem uma horta. As hortaliças são cultivadas pelos alunos e servem como complemento para a merenda escolar.

A cozinheira Márcia Schmitz, 49, relembra como era a merenda. No cardápio inexistia frutas, sucos naturais ou verduras. Os alunos compravam o lanches fora da escola. Optavam por produtos industrializados.

A direção da escola proibiu a saída dos estudantes para comprar guloseimas. “Os alunos comem o que tem na escola ou trazem algo de casa,” garante a vice-diretora Cristina Warken.

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