Instituições tentam manter UTI Neonatal

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Instituições tentam manter UTI Neonatal

Estado repensa decisão que desabilita atendimento em leitos neonatais pelo SUS

Lajeado – A possibilidade de fechamento da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do Hospital Bruno Born (HBB) foi abordada em reunião na Secretaria Estadual de Saúde (SES). O encontro ocorreu nessa terça-feira e teve participação de membros da administração e do Legislativo de Lajeado.

Devido à normativa do Ministério da Saúde (MS), que proíbe o funcionamento de unidades mistas, com leitos neonatais e pediátrico, hospitais devem se adequar para manter o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A determinação vale a partir de novembro.

Frente a isso, o HBB iniciou o processo para adequar a estrutura atual. O projeto para construção de um novo andar no complexo hospitalar, que abrigará a UTI Pediátrica, está em análise na SES.

Para o atendimento de gestantes e recém-nascidos com risco de morte, o HBB, com o governo de Lajeado e 16º Coordenadoria Regional de Saúde (SES), elabora uma proposta de manter a UTI em um modelo de gestão compartilhada.

Conforme o diretor administrativo do HBB, Élcio Callegaro, a ideia é dividir os requisitos do MS, que estipulam quais estruturas são necessárias para manter as vagas pelo SUS.

A administração municipal ficaria responsável pelo ambulatório para gestantes e de egressos de UTI, para crianças até 2 anos e a casa das gestantes.

O HBB, disponibilizaria seis leitos de UTI para recém-nascidos, o Centro Obstétrico e a reserva de duas vagas na UTI adulta às mães. Na próxima segunda, a comissão que esteve em Porto Alegre se reúne para elaborar a proposta que será entregue ao governo estadual.

Caso não haja interesse do estado em conveniar os leitos do HBB pelo SUS, a instituição deve manter o atendimento de forma particular. Frente a isso, o Hospital Estrela seria o único do Vale a ter vagas na UTI Neonatal pelo SUS. Lajeado ficaria com dez leitos para a pediátrica.

Projeto para separar UTIs

A construção de um outro andar no prédio do hospital depende de aval do setor de Vigilância Sanitária da SES. A obra deve custar mais de R$ 3 milhões. Nesse valor estão inclusos custos para o centro obstétrico, UTI neonatal, leitos para gestantes de alto risco e equipamentos.

O hospital tem sete leitos nessas duas especialidades. São quatro para recém-nascidos e três para pediatria. No Hospital Estrela, são duas vagas para crianças entre 28 dias até 12 anos e cinco para recém-nascidos.

A região está na 8ª posição no estado em total de leitos de UTI. São 31, contando os leitos para adultos. Por vaga no SUS, o governo paga R$ 478 a diária. O valor é insuficiente para cobrir os custos. O hospital gasta cerca de R$ 850 para manter um leito.

Saiba mais

Pela determinação do estado, a partir de cálculo do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (Daha), para uma população de até 350 mil pessoas, como no Vale do Taquari, é necessário um Centro de Parto Normal e Gestantes de Alto Risco, com a disponibilidade de 20 leitos às grávidas e dez para UTI neonatal.

Esse último item é dividido em duas etapas. Primeiro o atendimento emergencial para crianças com até 28 dias. Em seguida, passam à Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN). A proposta do estado é de o HBB ficar com esse complexo intermediário.

Na hipótese de o HBB não ter mais vagas pelo SUS, caso haja complicação em partos, as crianças com risco de morte seriam deslocadas para Estrela. Com a recuperação, esse paciente voltaria à Lajeado para receber cuidados no UCIN.

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