Cpers organiza três dias de paralisações

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Cpers organiza três dias de paralisações

Mais de 500 pessoas devem participar, amanhã, de ato público na cidade de Lajeado

Vale do Taquari – Escolas estaduais paralisam atividades entre hoje e quinta-feira. Uma série de ações é programada pelo Cpers/Sindicato nos três dias, em mais uma tentativa de pressionar os governos estadual e federal por melhorias no ensino público.

O cumprimento da lei do piso nacional, a manutenção do plano de carreira e a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação são algumas dos pedidos da categoria.

cNa tarde de hoje, cerca de 160 representantes da região participam de ato público em frente ao Palácio Piratini, Porto Alegre. A saída está marcada para as 11h, em Estrela, na sede do 8° Núcleo do Cpers, que engloba 86 escolas de 30 municípios.

O segundo dia de greve deverá reunir mais de 500 professores, funcionários e alunos em Lajeado. Às 8h30min, inicia uma caminhada na escola Érico Veríssimo, passando pelas principais ruas da cidade.

O grupo segue até a praça da matriz, nas proximidades da escola Castelo Branco. No local, os manifestantes mostrarão a condição precária das instituições de ensino e divulgarão as reivindicações do sindicato.

Conforme a diretora do Cpers, Luzia Hermann, a expectativa é realizar o maior manifesto dos últimos anos. Destaca que a participação de alunos multiplicará o número de protestantes se comparado com o protesto de 2012. “Os jovens percebem a queda na qualidade do ensino público.”

No mesmo dia está programado protesto nacional em Brasília. Uma reunião entre representantes do Cpers gaúcho e Ministério da Educação e Cultura (MEC) discutirá o piso salarial dos funcionários e professores.

A greve se estende até quinta-feira, quando as direções escolares definirão a programação. No Vale do Taquari estão previstos passeatas com panfletagens durante todo o dia.

O Cpers gaúcho – composto por 42 entidades – aderiu ao manifesto nacional em assembleia realizada em março. As mobilizações são organizadas pelo Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação (CNTE).

Mobilizações nas escolas do Vale

Há uma semana, os profissionais da escola Reynaldo Affonso Augustin, de Teutônia, organizam as atividades programadas para o protesto. Dezenas de representantes do colégio deverão participar da passeata em Lajeado, amanhã.

Outro manifesto está previsto para o último dia de greve, em frente à instituição de ensino. Conforme o professor de Química, Ismael Garcia, 38, será montada uma sala de aula na parte externa. Os alunos encenarão transtornos cotidianos devido à falta de recursos.

“A escola pública necessita de mais atenção”, defende Garcia. O educandário com cerca de 1,2 mil alunos, 70 professores e 15 funcionários, sendo um dos maiores da região. Mesmo assim, não possui ginásio, prejudicando as aulas de educação física.

Outro problema relatado por Garcia é a precariedade do laboratório de ciências.

Principais pedidos

Piso salarial para professores e funcionários – A lei que estabelece o piso nacional aos profissionais da educação foi sancionada em 2008. Para chegar aos R$ 1.451 por 40 horas semanais, o salário no estado precisa ser aumentado em 28,98%.

Repasse de 10% do PIB à educação – A proposta tramita desde 2010 e foi aprovada no anos passado pela Câmara de Deputados. Hoje, a União destina 4,5% do PIB ao setor.

Defesa do plano de carreira – Conforme Luzia, há uma proposta do governo estadual para diminuir a 50% a diferença salarial entre professores da classe 1 (com magistério) e da classe 6 (pós-graduação). Para ela, isso diminuirá o interesse dos profissionais se qualificarem.

Qualidade do ensino público – Carga horária acima do previsto e sucateamento das instituições de ensino são queixas dos profissionais. Pesquisa encomendada pelo Cpers aponta que inexiste Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) em 54% das instituições de ensino. Faltam profissionais e serviços deixam de ser realizados em 66% dos educandários. Não há bibliotecas e laboratórios de informática em 28% e 27% das instituições de ensino respectivamente.

Desestruturação do ensino médio – Os manifestantes são contra o ensino médio politécnico, implantado no estado em 2012. Luzia justifica que a mudança exclui conteúdos necessários para o desenvolvimento do estudante. O aumento da carga horária também sobrecarrega os educadores.

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