Vale do Taquari – O Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) e os departamentos de Vigilância Sanitária fiscalizaram minimercados, açougues, lancherias e fruteiras em 38 municípios da região. A operação ocorreu ontem à tarde.
Enquanto os soldados buscavam informações sobre a segurança nos estabelecimentos, ocorrências de furtos e assaltos, os servidores municipais vistoriavam as condições de higiene, origem dos alimentos e conferiam se as instalações estavam de acordo com as normas.
Em Lajeado, a ação se concentrou em pequenos e médios comércios nos bairros. Nos primeiros locais, três viaturas foram deslocadas para a operação. As agentes da vigilância faziam a inspeção e soldados do Pelotão de Operações Especiais (POE) abordavam suspeitos. Um foragido do presídio foi recapturado.
Comandante da 1ª Companhia do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o capitão Fabiano Dorneles ressalta que o propósito é orientar os empresários para evitar multas e o fechamento do local.
As operações nas cidades do Vale se estenderam até as 19h. Os resultados regionais não foram divulgados até o encerramento da edição.
Oito notificações e duas autuações em Lajeado
No bairro Praia, a dona de uma lanchonete, que funcionava sem alvará, foi notificada. Ela terá 30 dias para se adequar. As exigências envolvem colocação de azulejos nas paredes, mesas industriais para manipulação dos alimentos e modificações no preparo dos alimentos.
Na rua São Sebastião, a falta de procedência em 55 dúzias de ovos gerou autuação à proprietária de uma fruteira. Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária de Lajeado, Sandra Dossena, o dono do estabelecimento tem de cobrar dos fornecedores as notas fiscais e a procedência do produto.
Em um minimercado na Av. Sete de Setembro, no bairro Moinhos, carnes separadas para o descarte estavam na mesma câmara fria de produtos à venda. O proprietário foi notificado. O pedido da Vigilância Sanitária é para que todos os itens sem condições de consumo sejam separados e embalados, pois há risco de contaminação.
Em outro estabelecimento no mesmo bairro, foram recolhidos quatro quilos de queijo e 12 de salsichão. O dono foi autuado e terá 15 dias para apresentar defesa. As multas podem chegar a R$ 2 mil.
Risco de contaminação
Uma das dificuldades enfrentadas para o monitoramento de produtos, como carnes, é a falta de embalagem. Segundo ela, as formas de conferir a procedência são o lacre, a embalagem e o carimbo de inspeção estadual. “Com os cortes, temos problemas em conseguir estabelecer de onde vem o produto.”
De acordo com Sandra, as notas fiscais dos frigoríficos são insuficientes para garantir a origem da carne. “No recibo tem uma informação que pode não ser verdadeira.” Conforme o secretário de Saúde de Lajeado, Glademir Schwingel, a fiscalização é feita uma vez por ano nos estabelecimentos.
Quando se trata de um local de risco ou com muitas necessidades de adequação, as vistorias passam a ser mais frequentes.