Novo presidente promete ouvir associados

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Novo presidente promete ouvir associados

Adilson Metz estipula nova sede e formação de núcleos dos associados como metas

Vale do Taquari – A assembleia dessa sexta-feira, que definiu a diretoria da Cooperativa de Crédito Sicredi, durou mais de sete horas. Ao todo, 1.395 associados se inscreveram para votar. Essa foi a primeira vez em 20 anos que houve oposição.

A chapa situacionista, liderada por Adilson Metz, venceu por uma margem de 56 votos. Ao todo, foram 700 (50,5%) contra 644 (46,5%) do opositor Ito Lanius. Ainda teve 22 votos nulos e 19 em branco.

eMetz promete uma administração voltada ao conhecimento técnico e com mudanças estruturais para aproximar a diretoria da comunidade. Entre elas está a criação dos núcleos de associados. Conforme determinação legal, a cada 950 integrantes deve haver uma organização, com líderes locais, interlocutores entre os usuários e diretoria.

Com cerca de 45 mil associados em 11 municípios, pelo menos 40 núcleos terão de ser criados até o fim do ano. O futuro presidente acredita que isso ajudará no fortalecimento da cooperativa.

Como modelo de ação, Metz quer acompanhar essas reuniões. Pretende estar nas assembleias para criação dos grupos de associados nos municípios. “Isso faz parte do meu jeito. É preciso ouvir as pessoas.”

Entre os projetos, Metz cita a construção do Centro Administrativo da cooperativa no bairro São Cristóvão, em Lajeado. Estipula como meta a criação de novas unidades de atendimento e ampliação no número de integrantes do sistema cooperativo.

Atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Metz espera a homologação do resultado pelo Banco Central para assumir a nova função. O trâmite demora entre 45 e 90 dias. Nesse período, ajuda na transição do STR, que será presidido por Bruno Beckert até o fim de 2014.

Ainda compõem a chapa vencedora Rubem Neitzke – presidente da Sicredi desde 1995 –, como um dos vices. O outro é Rui Rieth. A direção ocupa os postos por quatro anos.

Salários

Durante o processo eleitoral, Metz preferiu o silêncio. “Não queria expor a Sicredi e o STR.” Procurou não rebater as críticas feitas pelos opositores, em especial o salário do presidente, estipulado em R$ 24,5 mil mensais, e dos dois vices, que recebem perto de R$ 19 mil.

Na assembleia, foi decidido que os vencimentos permanecerão os mesmos em 2013. De acordo com Metz, o salário dos diretores segue a lei das cooperativas, além de normas do sistema Sicredi e do Banco Central.

Para ele, o valor é justo devido à responsabilidade dos cargos. O novo presidente administrará uma carteira de R$ 600 milhões. O patrimônio da cooperativa está avaliado em R$ 65 milhões.

A eleição

Na assembleia que definiu a nova diretoria, a criação de uma chapa de oposição foi o atrativo para as mais de 1,5 mil pessoas. Algumas saíram antes da votação, que começou às 20h30min.

Antes, a partir das 19h, foram apresentadas as contas da cooperativa de 2012. Nas conversas, as informações publicadas no panfleto da chapa de Ito Lanius, com os salários do presidente e vices, chamaram atenção e provocaram discussões.

No salão do Clube 7 de Setembro, os ânimos se exaltaram quando um dos associados pegou o microfone e reclamou dos altos salários.

Em meio às cadeiras e eleitores, Metz permanecia sério. Conversava com algumas pessoas, mas evitava o debate direto com os opositores. Lanius estava mais descontraído e parecia confiante. Em uma conversa próxima com outro integrante da chapa de oposição, arriscou: “Será por pouco, mas conseguiremos.”

Depois da sala de votação, alguns associados se reuniam e conversavam. A pensionista Serenita Mazarino Cardoso comenta a criação de uma oposição. Para ela, o debate de ideias é benéfico à instituição. Acredita que essa novidade motivou os associados a participar da assembleia.

Sobre os salários dos diretores, concorda com o patamar atual. “Aqueles que fazem um bom trabalho têm de ser bem remunerados.” Opinião semelhante tem José Antônio Fich. Há 15 anos ele é associado ao sistema. Nesse período, ressalta o apoio da cooperativa aos agricultores. Para ele, foi positiva a participação da oposição para atrair a participação das pessoas.

Diálogo com a oposição

O presidente eleito garante que os opositores terão espaço durante a gestão. Garante que manterá o diálogo e avaliará sugestões. “Agora é esquecer a campanha. Estamos abertos, sem qualquer mágoa ou restrição.”

Pare ele, a diferença de 56 votos aumenta a responsabilidade da próxima gestão. “Isso nos dará mais motivação para fazer um trabalho cada vez melhor.”

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