Estrutura dos bombeiros é insuficiente

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Estrutura dos bombeiros é insuficiente

Com defasagem de soldados e equipamentos, corporação passa por dificuldade

Vale do Taquari – A falta de bombeiros preocupa a sociedade regional. Para atender 35 cidades, atuam 43 soldados em três quartéis e dividem os cinco caminhões.

Os bombeiros de Lajeado têm dois caminhões para trabalhar em 14 municípios. Em Estrela, responsável por nove cidades, a coorporação dispõe de dois veículos. O Corpo de Bombeiros misto de Encantado presta serviço a 12 municípios. O único caminhão foi emprestado pelos bombeiros de Lajeado.

bDos 43 bombeiros em atividade, nove são cedidos por outros quartéis. A previsão é que os homens voltem às cidades de origem em junho. O quadro previsto pela BM é de 55 bombeiros, representando uma defasagem de 21,8% em todo Vale.

O déficit histórico na corporação obrigou a formação de novas entidades. Civis se organizaram para criar associações de bombeiros voluntários. Com poucos recursos, o serviço fica prejudicado. Em Colinas, o grupo não tem caminhão-tanque. Com 16 integrantes, as atividades foram encerradas.

Um único veículo, foi fabricado há 35 anos, é usado pelos voluntários de Teutônia. O grupo mais antigo da região tem dificuldades. Com poucos recursos enviados pelo governo municipal, o atendimento na cidade e em outros cinco municípios fica comprometido. São cerca de 30 voluntários. A obra da sede está paralisada desde 2002, e os integrantes trabalham no improviso.

O National Fire Protection Association (NFPA), órgão regulamentador nos EUA, sugere ao mundo protocolos em relação ao combate de incêndios. Estima que é necessário ao menos um profissional a cada dois mil habitantes. Baseado na estimativa, diante dos 344.677 habitantes do Vale, a região precisaria de 172 bombeiros.

Atendimento encerra por falta de investimentos

Criado em 11 de outubro de 2011, o grupo de Bombeiros Voluntários de Colinas e Imigrante está desativado há um ano. Em seis meses de funcionamento, atendeu 16 ocorrências nos dois municípios.

O comandante Marcelo Ceppo ressalta que o impedimento para atuar está na falta de investimento por parte dos governos. O caminhão Ford 1968 doado pelo exército está à venda. Faltam R$ 40 mil para reforma e instalação do tanque.

Ceppo avalia que a insuficiência dos repasses das administrações municipais se devem a desavenças políticas. “Nunca recebemos nada, sempre procuramos, mas nunca fomos atendidos.”

Sem verba, o grupo teve de devolver uma ambulância comprada logo depois da instalação do grupo na microrregião. O veículo foi avaliado em R$ 124,7 mil. A estrutura do quartel está mantida, e os equipamento de combate a incêndio são novos. O comandante afirma que se houvesse investimentos, os bombeiros retornariam à ativa. São 16 voluntários formados que estão disponíveis para trabalhar na região.

Dificuldades em Teutônia

A obra de ampliação da sede está parada. Isso dificulta a atuação do voluntários. O comandante Maiquel Roberto Wermeier ressalta que as salas e os alojamentos são improvisados.

O caminhão-tanque, com capacidade para seis mil litros, está ultrapassado. “Não é qualquer um que consegue dirigi-lo.” Os equipamentos para o combate de incêndio são precários.

O investimento para a conclusão da obra chega perto dos R$ 250 mil. Caso consiga angariar os recursos, o grupo terá um espaço com dois pavimentos, onde serão instaladas uma sala de projetos e outra de reuniões, um auditório, dois dormitórios com um sanitário cada. Os voluntários atendem em média um acidente por dia e 12 incêndios por mês.

O município de Teutônia oferece R$ 5 mil durante dez meses, e outras cidades atendidas enviam recursos durante o ano. Empresas da cidade colaboram com a instituição, mas as verbas são insuficientes para a compra de um novo caminhão e de equipamentos para casos de acidentes de trânsito.

Falta de caminhão em Encantado

O Corpo de Bombeiros Misto de Encantado, atende 12 municípios da região alta do Vale do Taquari. Está prevista a aquisição de um caminhão-tanque. Os recursos são do estado, da Participação Popular e Cidadã de 2012.

Enquanto aguarda o repasse, a guarnição tem problemas para o atendimento da área abrangida. Desde janeiro, um caminhão-tanque foi cedido pelo comando de Lajeado. O tanque tem capacidade para três mil litros de água.

Há dois meses, o caminhão da corporação do município estragou. O motor foi danificado durante deslocamento para atendimento de um incêndio em Muçum. Até agora o município, que é responsável pelo caminhão, não abriu licitação para o conserto, avaliado em R$ 24 mil.

Conforme o diretor administrativo da Associação Mantenedora do Corpo de Bombeiros da Região Alta do Vale do Taquari (Ambravat), Adil Luiz Feraboli, são necessários dois caminhões – o previsto pela Consulta Popular e o que está para conserto – para melhorar o atendimento nos municípios.

Ressalta que a dificuldade diante de acidentes em indústrias crescem a cada ano. Com o conserto do caminhão próprio e a chegada do novo, a capacidade total passará a oito mil litros.

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