Estado – Consumir hortaliças e legumes ficou mais caro. Em março, o aumento do tomate, cebola e cenoura elevou em 1% a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPC-S) em Porto Alegre, o maior nas oito capitais pesquisadas.
Nos supermercados do estado, o tomate chega a custar R$ 6,70. O valor é 208% maior que no mesmo período do ano passado, quando o fruto era vendido por R$ 2, 17. Apenas em março, a elevação foi de 12,7%.
Mesmo com o preço acima do normal, o tomate não é o que mais encareceu. Conforme a Agência Gaúcha de Supermercados (Agas), o valor da cenoura passou de R$ 3,09 para R$ 3,92, um aumento de 26%. No caso da cebola, o preço está em R$ 2,77, preço 20,9% maior que no começo de março.
A quebra de produção na região central do país impulsiona o valor dos produtos colhidos na horta. Conforme o presidente da Agas, Antônio Longo, estado como São Paulo e Rio de Janeiro – responsáveis por 60% da produção brasileira – tiveram safras frustradas devido às condições climáticas desfavoráveis.
Longo cita que nesses estados o tomate custa até R$ 9. A valorização faz com que parte da safra gaúcha migre para a região central. Com a chegada dos dias mais frios, a tendência, conforme Longo, é que o valor do produto se mantenham em alta.
Preço da carne baixa
Enquanto que as hortaliças encarecem, o preço da carne caem. No caso do frango, a diminuição foi de 6,7%. O produto é comercializado por R$ 5,74, valor R$ 16% menor que o do tomate.
Outro item que registrou queda foi a costela bovina. Teve deflação de 4,3% no mês passado. Para Longo, a elevação se deve à oferta e demanda do produto.
Aumento na região
Nas principais redes de supermercado da região, as hortaliças estão até 30% mais caro. O preço do tomate varia entre R$ 5,20 até 6,30, enquanto que a cebola e cenoura – vendidos por menos de R$ 2,50 em fevereiro – chegam a custar quase R$ 4.
No supermercado do STR, as hortaliças são importadas de São Paulo, região que sofreu com o acumulo de chuvas. Contrariando a tendência estadual, Sima informa que na próxima semana o preço do tomate reduzirá para menos de R$ 5, conforme o gerente do setor de hortifrutigranjeiros, Rudinei Sima.
No Risul, a cebola e cenoura tiveram aumento de R$ 1,40 em um mês. Mesmo com o encarecimento, o responsável pela fruteira, Rodrigo Souto percebe que a procura continua igual.
“A salada está mais cara que o churrasco,” ironiza a aposentada de Lajeado, Lúcia Schneider, 62. Ela foi ao supermercado na sexta-feira e se apavorou com o valor das hortaliças. Para diminuir os gastos, planta os legumes em sua casa.
