Lajeado – Depois de 20 anos sob o comando da mesma diretoria e sem candidatura de oposição, a Cooperativa Sicredi troca de presidente nesta sexta-feira, quando será realizada a Assembleia Geral. O evento ocorre na sede do Clube Sete de Setembro, com início marcado para as 19h. Cerca de 1,5 mil associados são aguardados para o pleito.
Serão duas chapas concorrentes para presidir a cooperativa pelos próximos quatro anos. Pela situação, o candidato concorre Adilson Metz, tendo como primeiro vice Rubem Neitzke e Rui Rieth como segundo vice-presidente. Os oposicionistas serão liderados por Ito Lanius, com Otto Blas Filho e Alex Schmidt assumindo os demais diretivos.
Será a primeira vez, desde 1993, que a atual diretoria enfrenta oposição no pleito. Segundo o presidente, Rubem Neitzke, o nome de Adilson Metz é unanimidade entre direção e conselheiros. “Ele foi escolhido em função do excelente trabalho realizado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).” Sobre a sucessão, diz que a “idade exige que ele deixe a presidência”.
Neitzke comenta que, ao assumir em 1993, eram apenas quatro sócios na cooperativa. Havia uma dívida de R$ 3,5 mil com o Banco Central e, segundo ele, poucos empresários dispostos a ajudar na recuperação do Sicredi. “A cooperativa seria fechada, mas nós intervimos. Ninguém quis ajudar quando estava ruim.”
Ele não fala sobre a candidatura de Ito Lanius. Resume-se a dizer que que nunca foi procurado pelo candidato de oposição para conversar sobre eleições. “Ele não é nosso candidato porque nunca nos procurou.”
O atual presidente enaltece os dados atuais da cooperativa. Neitzke confirma que o número de associados aumentou para 40 mil em 2013 e que o patrimônio está avaliado em R$ 65 milhões. Avisa ainda que o novo presidente terá uma carteira que ultrapassa os R$ 600 milhões por ano.
A Cooperativa Sicredi de Lajeado possui 13 unidades situadas em oito municípios. Para este ano, está projetada a expansão dos serviços para a cidade catarinense de Rio do Sul.
Oposição fala em economia e renovação
A chapa de oposição apresenta as principais propostas para os próximos quatro anos. Ito Lanius afirma que a decisão de se candidatar foi tomada a pouco mais de três semanas.
Sem citar exemplos claros, diz que há erros na atual gestão, que segundo ele, comprometem os princípios básicos de cooperativa. Informa que foi conselheiro fiscal e de administração e que pretende “proteger a cooperativa”.
Lanius afirma que buscará gerar cerca de R$ 2 milhões em economia nos próximos quatro anos. Para isso, anuncia redução nos salários de presidente, vice e conselheiros. “Esse valor é incabível, já que a grande maioria das pessoas realiza este mesmo trabalho de forma voluntária.” Comenta que os valores economizados serão revertidas aos associados.
O salário do presidente é de R$ 24,5 mil. São 15 remunerações a cada ano. Lanius acena com redução de 20% no valor.
A mesma proposta de redução valerá para os ganhos dos vice-presidentes, que hoje são equivalentes a R$ 19 mil – 80% do salário do presidente. “Vamos extinguir um dos cargos para vice, e torná-lo mais efetivo dentro da nossa gestão.”
Lanius anuncia redução para um salário mínimo o valor de R$ 2 mil recebidos por cada um dos sete conselheiros. “Era assim há poucos anos atrás.”
Entre as principais promessas, cita a modernização do sistema atual da cooperativa e a proposta de limitar em oito anos o período de gestão de uma mesma diretoria. A construção do Centro Administrativo Regional e a instalação de uma unidade em Santa Catarina serão reavaliadas.
Metz prefere evitar o embate
A reportagem tentou contato com o candidato da situação para divulgar os planos de gestão. No entanto, Metz prefere não se pronunciar antes do pleito. Diz que o fará só na noite da assembleia e depois da votação.
Para ele, a conduta de se manter em silêncio é necessária para evitar embate e confronto político. Afirma que a instituição está acima de qualquer concorrência eleitoral e disputa de interesses. “Estou preparado para ser presidente.”
Metz é formado em Gestão de Cooperativa e há 22 anos integra a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Lajeado.
