Vale do Taquari – Uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra a exploração sexual de crianças e adolescentes terminou com a prisão de dois responsáveis por uma boate às margens da BR-386, em São José do Herval. Os agentes flagraram uma menina de 16 anos fazendo programas no local. A ação ocorreu na madrugada de ontem.
Os policiais ingressaram na Boate Pinhal, no KM 282 da BR-386, após a meia-noite. Na casa noturna identificaram seis prostitutas, dois travestis e cerca de oito clientes. Uma das garotas, que não tinha documentos, alegou ter 18 anos. Porém, depois de consultarem os dados da mãe da jovem no sistema da polícia, os agentes descobriram que se tratava de F. das F., 16, natural de Palmeira das Missões. A menor tentou se passar pela irmã, maior de idade.
A PRF encontrou um caderno com anotações sobre a contabilidade do estabelecimento nos últimos meses. Estavam listados os valores que a jovem ganhava com programas e venda de bebidas, registrados desde dezembro de 2012.
Prisão dos responsáveis
Segundo o chefe de operações e fiscalização da PRF, Leandro Wachholz, o filho do proprietário da boate, L.B, 22, de Arvorezinha e a gerente E.L.S., 28, foram conduzidos para a Delegacia de Polícia de Fontoura Xavier.
O delegado de plantão prendeu em flagrante os dois suspeitos pelo crime de exploração de menores, previsto no artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Sem direito a fiança, foram encaminhados ao Presídio Estadual de Soledade.
De acordo com Wachholz, o proprietário da boate está preso na penitenciária de Sarandi, onde responde por tráfico de drogas. A menor de 16 anos foi encaminhada ao Conselho Tutelar de São José do Herval.
Precariedade
Wachholz relata que a casa noturna funcionava em situação precária com péssimas condições de higiene. “Não havia nenhum documento que autorizava o funcionamento do estabelecimento.” Segundo ele, o local não tem plano de prevenção de incêndio. Nenhum extintor foi localizado. Informa que um ofício será encaminhado à administração municipal para intervir na boate.
Fiscalização nas boates de Lajeado
A operação para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes deverá ter sequência nos próximos dias. Wachholz diz que dezenas de estabelecimentos instalados às margens da BR-386 foram mapeados e serão fiscalizados. “Realizaremos a vistoria nos estabelecimentos de Lajeado.” Afirma que a operação surgiu após uma parceria com a Justiça do Trabalho e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Saiba Mais
De acordo com o ECA, a punição para o crime de exploração sexual de menores varia de 6 a 12 anos de prisão, mais multa. A lei foi alterada em 2011 e vale em crimes cometidos pela internet.