Governo estabelece redução nos pedágios

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Governo estabelece redução nos pedágios

Em audiência pública, Tarso Genro afirma que tarifas ficarão até 40% mais baratas

Vale do Taquari – A um mês do fim dos contratos dos pedágios, o governo do estado garante uma redução de 26% para veículos de passeio e até 40% para caminhões. O dia 16 de abril é o prazo previsto para o fim da concessão. As empresas disputam na Justiça a continuidade do serviço até o fim do ano.

pO polo de Lajeado é responsável por 25% da arrecadação em todo o estado. Ao todo são 318 quilômetros de vias sob cuidados da concessionária Sulvias. O Vale tem a praça com a tarifa mais cara. Em Marques de Souza, o valor por veículo é de R$ 14.

Dos seis pedágios da região, os três que ficam em rodovias federais terão as cancelas abertas. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) administrará as praças de Encantado, Cruzeiro do Sul e Boa Vista do Sul.

Em audiência pública que ocorreu nessa quinta-feira, em Encantado, o governador Tarso Genro afirmou que o novo modelo de pedágios terá tarifas menores. Segundo ele, a EGR manterá as estradas e melhorará os serviços nas rodovias de forma gradativa.

Para o governador, a experiência da EGR no estado será base para mudanças em outros lugares do país. “Vamos atuar com decência, honestidade e trabalho.” Genro prometeu manter os serviços de manutenção prestados até então pela Sulvias, que atua na região há 15 anos. Melhorias na rodovia e execução de obras em trevos e acessos serão feitas em um segundo momento.

Para o público superior a 700 pessoas, só a redução nas tarifas é insuficiente. Pedem investimentos e a formação da comissão de usuários para deliberar sobre as prioridades de obras e serviços. “Só reduzir o preço não sobra para investimentos”, comenta o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Ney Lazzari.

Para ele, é preciso um planejamento em longo prazo, com estipulação das datas entre o governo e comunidades para implementação das melhorias.

O governo do estado estabelece a mudança de gestão em quatro etapas: exame jurídico e análise das condições para a retomada dos pedágios; apropriação das cancelas e redução de preços; obras emergenciais; planejamento de médio e longo prazo das obras nas rodovias e investimento discutidos com a população.

EGR promete melhorar as rodovias

A EGR assumiu as praças de Coxilha, Campo Bom e Portão até o momento. Em ambas, os preços foram reduzidos, ficando entre R$ 3,6 e R$ 4,8. O presidente da entidade, Luiz Bertotto, propôs a criação de conselhos comunitários para controle dos gastos e dos investimentos.

Citou que a EGR terá no máximo cem funcionários. Frisou que os investimentos serão feitos conforme a necessidade de cada região e prometeu melhorar as condições da rodovia, com roçadas, pinturas, mais sinalização e reparos.

Pedágios custam 20% do transporte

Empresas locais reclamam das taxas que consideram abusivas. O empresário Gilberto Piccinini citou que 20% dos custos do transporte vão para o pedágio. Em 2012, as tarifas somaram R$ 2 milhões à empresa.

Ele também destaca a má conservação da rodovia que prejudica o despacho da produção agrícola. “Nos últimos 15 anos tivemos apenas a manutenção das estradas e não investimentos.”

O prefeito Paulo Costi teme o empobrecimento do município. Alega que o valor dos pedágios e a topografia interferem na instalação de novos empreendimentos. Segundo ele, empreendedores descartam investir no local em função da logística.

Para possibilitar maior competitividade com os municípios da parte baixa do Vale do Taquari, o presidente do Legislativo de Encantado, Jonas Calvi, entregou um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas ao governador. O documento solicita a isenção dos veículos com placas do município e melhorias nos trevos de acesso.

Briga na Justiça

O polo de Carazinho permanece sob responsabilidade da concessionária Coviplan até 28 de dezembro. O polo seria o primeiro dos sete pedágios privados a passar para gestão da EGR. Os outros – em Caxias do Sul, Lajeado, região metropolitana, Gramado, Vacaria e Santa Cruz do Sul – também estão em disputa judicial, requerendo a permanência até o fim do ano e indenizações.

Na quinta-feira passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu o pedido de liminar do governo do estado. A secretária executiva do Codevat, Cíntia Agostini, acredita que a decisão judicial pode nortear o futuro das praças nos demais pontos de pedágio.

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