Região impõe prioridades ao governador

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Região impõe prioridades ao governador

Entidades exigem garantias de investimentos a partir do novo modelo de pedágios

Vale do Taquari – O governador do estado Tarso Genro discute hoje à tarde, em Encantado, a proposta do novo modelo de pedágios para a região. Na audiência pública, que começa às 14h30min, no centro administrativo, os líderes regionais cobram investimentos em obras de mobilidade e reforçam a necessidade de duplicação entre Venâncio Aires e Muçum.

pA reunião envolve representantes da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que administrará os pedágios, entidades regionais e integrantes do Conselhão Tarso.

O presidente da câmara de vereadores de Encantado, Jonas Calvi, intermediou a vinda do governador. Ressalta que uma das praças está situada em seu município que, segundo ele, é um dos mais prejudicados devido à precariedade da rodovia.

Uma das propostas apresentadas por Calvi é a isenção total no pagamento das tarifas por parte dos encantadenses. Para reforçar o pedido, um documento com cinco mil assinaturas é entregue ao governador. “O pedágio divide as regiões baixa e alta do Vale, dificultando o trabalho de empresas e moradores da cidade.”

Para o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Ney Lazzari, é preciso se antecipar à conclusão e implantação do novo modelo. Destaca que há incertezas quanto às contratações dos servidores, preços das tarifas e futuros investimentos.

Ressalta que as obras urgentes na mobilidade são necessárias, como construção de trevos, acostamento e duplicações. Para Lazzari, o cenário dos últimos 15 anos não pode se repetir: apenas a manutenção das rodovias. “Mudanças são obrigatórias. A região se desenvolveu, mas as estradas não.”

Comissão fiscaliza ações

Líderes regionais defendem a criação de uma comissão que fiscalize os trabalhos da EGR e cobre investimentos. Para Lazzari e Calvi, é necessário que o grupo tenha condições de interferir nas decisões da empresa, não apenas propor sugestões de mudanças. “Se a coisa estiver ruim, queremos ter o poder para resolver”, destaca Lazzari.

Projeto de duplicação em junho

Em agosto do ano passado, a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT) firmou convênio com sete cidades da região para elaborar o projeto de duplicação entre Venâncio Aires e Muçum – trecho de 70,3 quilômetros. O edital para contratação de uma empresa que execute o serviço deve ocorrer no fim deste mês.

Segundo o presidente da entidade, Oreno Ardêmio Heineck, o documento deve ser entregue ao governo em junho. Pelo acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura, assim que o projeto estiver pronto, o estado fica responsável em custear a obra, estimada em R$ 300 milhões.

O interesse em duplicar o trecho surgiu com o aumento do movimento da rodovia, que registra 4,5 mil veículos por dia no pedágio em Cruzeiro do Sul e 12 mil por dia na rótula de Arroio do Meio. São em média 6,1 mil caminhões e outros tipos de veículos pesados.

Heineck diz que se deve analisar que o movimento aumentará com a chegada de novas empresas e o crescimento de outras. A Univates também é um fator relevante. São mais de quatro mil alunos que passam pelo trecho à noite.

Isenção da tarifa

O proprietário de uma transportadora, Ângelo Lucian, ressalta a necessidade de isentar os veículos de Encantado da cobrança. O gasto mensal passa de R$ 1 mil com a frota de dez caminhões. O aumento nos últimos meses repercute no preço cobrado ao cliente. “Tivemos redução de serviço por isso.”

Uma das alternativas é ocupar todas as vagas no veículo. Este é o caso da motorista Adriana Tórmena, que divide o carro com outros colegas da faculdade e consegue reduzir as despesas em até 80%, totalizando uma economia de R$ 200 por mês.

Comunidade exige mudanças

A administração municipal de Encantado aguarda por melhorias nos trevos do bairro Santa Clara e Posto Peteva desde fevereiro de 2011. Na data foi realizado um manifesto em que a rodovia permaneceu interditada por uma hora. Nenhum investimento ocorreu.

O gerente de um posto de combustível, Felipe dos Santos, ressalta o perigo de transitar pelo local. Há 16 anos no emprego, perdeu as contas de quantos acidentes presenciou, entre eles a morte de um ciclista. O último acidente fatal aconteceu no trevo da Santa Clara, causando a morte de Diego Bozetto, 19, no dia 19 de dezembro.

Estado quer reduzir valores

Com o fim das concessões, o governo do estado quer reduzir de 20% a 30% o valor das tarifas. Os conselhos regionais ajudarão a definir os preços. Para a secretária executiva do Codevat, Cíntia Agostini, a negociação depende dos tipos de necessidade impostas pelos usuários.

Avalia que pagar pedágio só para manutenção das estradas é desnecessário, pois se trata de uma responsabilidade do estado. Para ela, o conselho regional aceita contribuir caso haja construções de rótulas, viadutos, alças de ultrapassagem, informatização das praças, com controle diário de movimento e ararecadação.

Dados da EGR mostram que entre todas as praças de pedágio das rodovias, o polo de Lajeado é o que mais arrecada. Em 2010, o montante foi de R$ 103,6 milhões. As seis praças são responsáveis por 20% do tráfego de todo o estado. A Univias, responsável pela administração do polo de Lajeado, informa que entre 1998 a fevereiro de 2012 investiu R$ 611 milhões em projetos de engenharia.

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