Vale do Taquari – A Polícia Civil de Santa Catarina está perto de prender um dos maiores empresários do ramo de transportes de Lajeado. O homem é suspeito de financiar uma quadrilha especializada em desmanche de caminhões que atua em todo o país.
Conforme o delegado Ademir Tadeu de Oliveira, titular da Divisão de Investigação Criminal de Joaçaba/SC, o grupo foi descoberto após a comunicação de falsos roubos nas delegacias da região Oeste de Santa Catarina. No início desta semana, três suspeitos foram capturados em Estrela e Lajeado.
Oliveira afirma que nos próximos dias os policiais voltam a Lajeado para prender o empresário que financia a quadrilha. “As investigações apontaram que ele compra todas as peças de caminhões que os criminosos desmancham.” Ressalta que o homem tem muito dinheiro e é bem conhecido na cidade.
A polícia acredita que a quadrilha atuava em toda a extensão da BR-116. O delegado destaca que o dono da transportadora aliciava motoristas de outras empresas do ramo para entregarem os caminhões.
Investigação em Santa Catarina
Os agentes investigavam um roubo registrado em Araranguá no dia 17 de fevereiro. O caminhão foi encontrado na cidade de Catanduvas, onde era desmanchado. No local, foram presos em flagrante por receptação o proprietário da oficina e um suspeito que desativava os rastreadores dos caminhões.
A polícia apurou que se tratava de uma simulação. A investigação demonstrou que o esquema era organizado por um receptador de Lajeado com grande poder financeiro que aliciava motoristas, técnicos em rastreadores e outras pessoas que organizavam toda estrutura da fraude. A quadrilha simulava o roubo de caminhões, depois levava o veículo para ser desmanchado e revendiam as peças.
Presos em Estrela e Lajeado
No último domingo, agentes da delegacia de Joaçaba, com o apoio do Departamento Estadual de Investigação Criminal (DEIC), realizaram uma operação no Rio Grande do Sul nas cidades de Campo Bom, Porto Alegre, Estrela e Lajeado.
No Vale do Taquari, foram capturados Cedenir Müler e Diego Origuela Grimm, moradores de Estrela, e Davi Antônio Paludo, de Lajeado. As prisões ocorreram nessa segunda-feira. Os três foram indiciados por formação de quadrilha, receptação e estelionato.
Paludo seria o motorista que registrava os boletins de ocorrências do suposto roubo do veículo. Müler desativava os rastreadores do caminhão e Grimm era quem negociava com o empresário de Lajeado que comprava as peças vindas dos desmanches. Conforme a polícia, Diego Origuela Grimm também é suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas.
Como funcionava o esquema
1. A quadrilha negociava a simulação do roubo do caminhão. Os criminosos convenciam alguns motoristas de transportadoras do país inteiro a vender os caminhões por um pequeno valor.
2. Após a negociação, os bandidos levavam o caminhão para outro integrante do grupo que desativava todos os rastreadores do veículo.
3. O motorista que vendia o caminhão por um valor simbólico fazia o registro do roubo na delegacia mais próxima. Os últimos casos ocorreram na região de Lajes, Oeste de Santa Catarina.
4. Depois, os veículos eram levados para oficinas catarinenses, onde eram desmanchados.
5. Após o desmanche, um empresário dono de uma grande transportadora de Lajeado comprava as peças por uma valor abaixo do mercado e as colocava nos seus caminhões.
