Encantado – Uma obra aguardada há três anos foi entregue à comunidade nesta sexta-feira. Trata-se do albergue para detentos dos regimes aberto e semiaberto do Presídio Estadual da Comarca de Encantado. A obra de 200 metros quadrados tem espaço para 45 apenados. Destes, 12 mulheres que integrarão a primeira ala feminina no Vale do Taquari.
Desde a interdição, em 2010, havia apenas o regime fechado na instituição. Presos locais destinados aos regimes aberto e semiaberto eram transferidos a outras cidades, enquanto a região recebia em troca criminosos de maior periculosidade.
Conforme o presidente do Conselho da Comunidade para os Apenados da Comarca, Jandir Passaia, o novo espaço garante melhores condições de tratamento aos presos, que terão sala de atendimento psicológico e social. A ocupação ocorrerá depois do aval do Judiciário.
O custo da obra é de R$ 180 mil. Parte foi paga com auxílio do Poder Judiciário e dos municípios que integram a Comarca – Roca Sales, Encantado, Muçum, Doutor Ricardo, Relvado, Anta Gorda e Vespasiano Corrêa. Cada um repassou o valor referente a R$ 1,56 por habitante.
Segunda Passaia, resta uma dívida de R$ 40 mil. O governo estadual não cumpriu com o convênio firmado em janeiro de 2012, quando prometeu o repasse de 50% do valor dos serviços. A falta do repasse atrasou a inauguração por cinco meses.
Estado analisa projeto
O convênio foi assinado pelo secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, em janeiro de 2012. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) havia garantido o repasse ainda antes da parceria ser efetivada.
No momento, o setor de engenharia analisa os documentos da obra. Apenas depois disso o recurso deve ser liberado. A administração do presídio adianta que, caso recebam o auxílio, farão os serviços complementares, como manutenção do cercamento, colocação de tela especial sobre o pátio e passarela para guardas.
Novo diretor
Durante a inauguração, Luís Carlos Garcia assumiu como diretor administrativo do presídio no lugar de João Virgilino Almeida, no cargo há 36 anos, que se aposentou.
Para Almeida, o albergue servirá de ferramenta para a ressocialização dos apenados, mantendo-os perto da família durante o período de reeducação. O novo diretor atuava como chefe de segurança no presídio de Lajeado. Uma das novidades estudadas é a criação de celas especiais a dependentes químicos, auxiliando no tratamento contra o vício.
Saiba mais
Mesmo com o novo espaço, a superlotação deve continuar devido à demanda regional. A capacidade de alojamento local no regime fechado é de 34 vagas. Porém, ao todo são 66 detentos.
Segundo Almeida, a maioria dos presos cumpre pena por tráfico de drogas. O índice de escolaridade é baixo, por isso são ministradas aulas quatro vezes por semana. Outras atividades desenvolvidas são o cultivo de uma horta para consumo próprio e o trabalho interno, na fabricação de cabides para empresas.
