Lajeado – O Departamento Municipal de Trânsito e a Brigada Militar (BM) estudam medidas para coibir a baderna nas avenidas Avelino Tallini e Alberto Müller, entre os bairros Universitário e Alto do Parque.
Na manhã de ontem, durante reunião do Conselho Municipal de Trânsito, moradores das proximidades relataram casos de excesso de velocidade, som alto, consumo de bebidas e de drogas nos trechos.
Entre as sugestões apresentadas pela comunidade está a proibição do estacionamento das 22h às 6h nas sextas-feiras, sábados e domingos. De segunda a quinta-feira, o horário começaria às 23h. Também a instalação de um posto policial, câmaras de vigilância e mais lombadas eletrônicas.
Ainda foi solicitada a infiltração de policiais à paisana para identificar condutores e fotografar as placas dos veículos que desrespeitam as leis. Como medidas urgentes, a BM pretende intensificar a fiscalização nos locais com barreiras na entrada e saída das avenidas e uso de etilômetro para flagrar motoristas embriagados.
O coordenador do Departamento de Trânsito, Euclides Rodrigues, afirma que fiscais do município poderão reforçar as autuações nas madrugadas e fins de semana. Para ele, a situação chegou a um ponto que necessita de solução urgente. “Temos de adotar medidas práticas.”
Rodrigues conta que nos próximos dias serão feitos trabalhos para avisar os motoristas sobre as implicações legais em casos de descumprimento das normas. A partir da outra semana, BM e Departamento de Trânsito iniciam as operações. Em um terceiro momento, se as duas tentativas iniciais falharem, o estacionamento na avenida Avelino Tallini pode ser proibido.
Aparelho para medir som
O sargento Luis Mendes diz que o decibelímetro (equipamento que mede a intensidade do som) da BM precisa ser regulado pelo Inmetro. Isso impossibilita o uso do aparelho para autuações. Por lei, o volume máximo em horários após as 22h deve ficar abaixo de 80 decibéis.
A secretária de Planejamento, Marta Peixoto, conta que o município tem esse tipo de equipamento. “Podemos oferecer os decibelímetros para a BM fazer as fiscalizações.” Ela sugere a distribuição de folhetos aos frequentadores com informações para tentar conscientizar os motoristas.
Sugestão rechaçada por moradores. Para eles, são necessárias medidas enérgicas, que identifiquem e multem os infratores. Mesma opinião do sargento Mendes. Para ele, como se trata de maiores de 18 anos, tentativas de reeducar o condutor são ineficientes. Acredita que a única forma de coibir as algazarras é intensificar a repressão no local.
Dois anos de intranquilidade
Uma comitiva formada por oito moradores das proximidades das avenidas esteve no encontro. “Queremos o cumprimento da lei do silêncio.” Uma moradora relata os problemas de conviver com a bagunça à noite na avenida Tallini e que há dois anos tem dificuldades para dormir. “Colocamos nossa casa à venda.”
Residente do bairro Alto do Parque, afirma que muitas vezes acorda assustada com o barulho das arrancadas dos veículos e das freadas bruscas.
Os telefonemas com reclamações de perturbação do sossego público, desrespeito às leis de trânsito e confusões são recorrentes na BM. Moradores relatam problemas de saúde devido às noites sem dormir.