BM continua busca aos assaltantes

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BM continua busca aos assaltantes

Equipe do Gate e patrulhamento aéreo da Brigada Militar foram chamados para auxiliar no cerco aos criminosos, que dura mais de 60 horas em torno do “Morro da Linha Westfália”

Colinas – A operação para prender os assaltantes que roubaram a Cooperativa Sicredi na segunda-feira continua após três dias de intensas buscas aos criminosos. Mais de 100 policiais da Brigada Militar participaram das buscas no morro localizado em Linha Westfália, a pouco mais de 1,5 quilômetro do local do crime. Até o fim da tarde de ontem, um suspeito havia sido preso e quatro permanecem foragidos.

lO assalto ocorreu por volta das 14h30min. Minutos depois, equipes da BM, Policia Civil, e policias rodoviárias Federal e Estadual cercaram as principais saídas da cidade e de municípios vizinhos. Informações desencontradas chegavam a todo instante. No início da noite de segunda-feira, o sinal do celular de um dos suspeitos foi detectado em um morro de Linha Westfália, próximo a ERS 129.

Logo após, por volta das 21h, os policiais receberam a informação de que havia um Corolla preto abandonado na entrada do morro, próximo a saibreira do município. Uma agricultura, proprietária da área de terra, avistou o veículo e avisou a polícia. “Fiquei com medo, moro sozinha aqui. Pedi para um vizinho verificar melhor e depois avisamos os policiais.” Não havia objetos dentro do veículo. Ele estava com o motor e o limpador de para-brisa ligados.

Toda área foi mapeada e cerca de 15 barreiras policiais cercaram o entorno do morro. Na madrugada de terça-feira, um morador de Caxias do Sul foi preso quando trafegava próximo ao Sicredi. Ele dirigia uma camionete F-1000, vermelha, e é foragido do sistema semiaberto. Também possui mandato de prisão expedida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) por participações em assaltos a banco.

O suspeito mentiu para os policias. Disse que veio de Lajeado após visitar a namorada. Os agentes do setor de inteligência da BM constataram que a F-100 havia passado pelo pedágio de Boa Vista do Sul minutos antes da abordagem. O álibi também não se confirmou. Dentro do veículo – pertencente ao pai do suspeito – havia um celular com dois chips, fita plástica e um canivete.

No dia 15, quando houve o assalto a agência do Banrisul, em Imigrante, a mesma camionete passou pelo pedágio após o assalto, retornando algumas horas depois. A polícia suspeita que o veículo seria utilizado para resgatar os criminosos. Ele foi preso e encaminhado ao Presídio de Porto Alegre após ser interrogado pelo Deic.

Gate e BOE foram chamados

Na terça-feira, as buscas continuaram com o reforço do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e do Grupo de Ações Táticas Especializadas (Gate) de Porto Alegre. Também foram utilizados 12 cães farejadores. Qualquer barulho de pássaros ou latidos alertavam os policiais.

A equipe de oito soldados do Gate vistoriou a área de mata fechada durante toda a tarde de terça-feira, mas nenhum suspeito ou pista foi encontrada. Por volta das 18h, uma moradora avistou dois homens em um descampado do morro. Dois soldados também teriam avistado essas pessoas, um de camisa branca e outra vestindo roupas pretas. Ambos sumiram no matagal após serem avistados.

O cerco ao morro conhecido por populares como “Serrinha de Colinas” continuou na madrugada. Mais de 15 barreiras estavam armadas nos 5 quilômetros da pequena estrada de chão que circunda o morro. Alguns motoristas, moradores de municípios vizinhos, insistiam em dar sinal de luz para outros condutores, alertando a presença da policia.

Às 7 horas de ontem, os soldados do Gate retornaram a mata, mas nada encontraram. As esperanças da BM ressurgiam a cada denúncia que chegava dos moradores. Por volta do meio dia, um helicóptero da corporação sobrevoou a área, mas não avistou nenhum dos suspeitos. Às 14h, os soldados desceram o morro e as buscas na mata se encerraram. Durante a noite de ontem, apenas soldados da BM realizavam o cerco ao morro.

Integrante da quadrilha foi preso

O delegado José Romaci Reis, não tem dúvidas de que o suspeito preso tinha participação no crime. “Possivelmente chegou para buscar os comparsas.”

No início da madrugada de terça-feira, o morador de Caxias do Sul foi abordado nas imediações do Sicredi conduzindo uma F-1000, vermelha. O suspeito estava com a prisão preventiva decretada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) , por participações em assaltos a banco.

Roubo era previsto

A delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Caxias do Sul, investiga há mais de um mês a quadrilha responsável pelos roubos em Colinas e Imigrante.

Os policiais civis tinham a informação de que o bando atacaria uma agência em Colinas. Durante a madrugada do último sábado, seis viaturas do Defrec estiveram na cidade. De acordo com o delegado Ives Trindade, os agentes foram informados de que os suspeitos explodiriam caixas eletrônicos na cidade. As explosões não se confirmaram e o assalto aconteceu dois dias depois. “Perdemos a chance de ouro”, citou o delegado.

Trindade informa que a polícia está perto de desarticular a quadrilha. “Não é um grupo muito grande.”

A situação gerou desconforto entre os policiais militares da região, que não foram avisados sobre o possível ataque. “Poderíamos ter trabalhado em conjunto, e evitado o roubo”, disse o capitão Fabiano Dornelles, chefe do setor de inteligência da BM.

Conforme o delegado Trindade, é o procedimento padrão manter as investigações em sigilo.

O assalto

O ataque aconteceu por volta das 14h30 de segunda-feira, após render uma cliente, três homens fortemente armados invadiram a agência. Dinheiro dos caixas eletrônicos e caixas de atendimentos foram levados. Na fuga trocaram tiros com o único policial que estava de plantão na cidade. Fugiram em um Corolla espalhando miguelitos pela rua Parobé e ERS-129, o que furou os pneus da viatura da BM.

Pequenas chances

Apesar das informações da localização do celular de um dos suspeitos, apontar o morro de Linha Westfália, o major César da Silva, que comandou a operação, acreditava que era pequena a chance dos criminosos estarem na mata. “ Não tivemos nada de concreto que eles estiveram lá, o Gate fez toda a verificação mais nenhum rastro foi encontrado”. Policiais dos batalhões da região continuam com barrerias nas imediações do local.

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