Crimes no interior apavoram moradores

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Crimes no interior apavoram moradores

Caso mais recente ocorreu ontem, quando família foi mantida refém em assalto

Santa Clara do Sul – As famílias que residem no interior do município estão inseguras. Cobram mais ações do policiamento para reduzir o número de furtos e roubos.

Desde o fim de janeiro, uma pessoa foi assassinada e diversas casas invadidas. A situação mais recente ocorreu na madrugada de ontem, quando um casal e sua filha ficaram reféns de assaltantes, em Sampainho.

fPor volta da 1h, três homens encapuzados e armados com pistolas e uma espingarda calibre 12 invadiram a residência enquanto a família dormia. Marco Antônio Pauli, 42, acordou no momento em que os criminosos arrombaram a porta da frente. Ao verificar, foi rendido, amarrado e deitado de peito no chão da sala.

Em seguida, os assaltantes renderam Janice Andrea, 38, mantida no quarto do casal. A filha, 17, foi levada a um ambiente separado. Elas não foram amarradas. Durante a invasão, Janice passou mal e foi “socorrida” por um dos bandidos, que lhe deu um copo de água e pediu para que permanecesse calma.

Os criminosos utilizaram malas para levar os objetos. Foram roubados três celulares, joias de ouro, televisor de 20 polegadas, notebook, eletrodomésticos, R$ 600 em dinheiro e outros pertences. “Não sobrou nada”, observa a mãe de Janice, Glaci Jommerts, 62, que reside na casa ao lado e prestou os primeiros socorros à família.

Os moradores desconhecem o meio de transporte utilizado pelos assaltantes e para que direção seguiram. Glaci acredita que o crime foi planejado, pois na semana anterior Marco Antônio havia guardado na casa o dinheiro para pagar o salário dos funcionários da empresa de seu irmão. “Acho que se confundiram com a data, pois pediram pelo valor, mas havia sido depositado no banco.”

Durante a madrugada era realizado um velório na igreja da comunidade, cerca de 500 metros distantes da residência. As pessoas que participavam da celebração perceberam o movimento suspeito de um veículo, mas não informaram ao policiamento.

Preocupada com nova invasão, a família pretende gradear o muro ao redor da casa. Os moradores pedem mais patrulhamento da Brigada Militar (BM).

Furtos recentes

Na propriedade de Edolar José Luft, em Picada Santa Clara, foram furtadas sacas de milho no início do mês, totalizando 300 quilos. O agricultor tem suspeito, mas teme represálias caso denuncie-o à BM.

Com medo, a família reforçou a segurança da casa e do galpão, onde são guardados apenas os produtos agrícolas. Os maquinários estão protegidos dentro da residência.

Para dificultar nova invasão, Luft colocou cadeados com correntes nas portas. Cobra mais patrulhamento da polícia, ante os constantes crimes. “Estamos apavorados. Inexiste segurança aqui.”

Há uma semana, a casa dos vizinhos, pertencente à família Ruschell, também foi arrombada. Ninguém reside no local. Os bandidos entraram pela janela, vasculharam guarda-roupas, levando roupas, louças antigas e outros equipamentos.

Agricultora é assassinada

No dia 31 de janeiro, Rosane Beuren Weiand foi encontrada morte no pátio de sua casa, em Picada Santa Clara. A perícia realizada pela Polícia Civil (PC) constatou que ela morreu de asfixia por esganadura.

Como joias e outros pertences da família foram levados, o caso é tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). A polícia investiga suspeitos.

Incrédula com o acontecimento, a comunidade pede justiça. “Quando o laudo apontou que ela tinha sido assassinada, ficamos apavorados”, observa o sogro Ireno Weiand.

Fazia pouco mais de um ano que tinham comprado a área de terras onde João, seu marido, trabalhou como empregado do antigo dono do imóvel.

BM promete reforço na fiscalização

Os patrulhamentos no interior do município são feitos com frequência, conforme o comandante da BM, sargento Roque Luís Mantovani. Desconhece o aumento de casos, pelo fato de as pessoas não registrarem as ocorrências. “Muitas vezes as pessoas não nos comunicam, por ser um fato pequeno, mas isto deve ser feito. Nos ajuda a trabalhar.”

Para Mantovani, a grande extensão das localidades dificulta o serviço de prevenção. Mas garante que as rondas serão reforçadas para tranquilizar os moradores.

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