Baderna no Universitário chega ao MP

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Baderna no Universitário chega ao MP

Moradores próximos da Univates reclamam de barulho e abuso de velocidade

CCR-aviso-ponte

Lajeado – O cruzamento entre as avenidas Avelino Tallini e Alberto Muller segue causando transtorno para moradores, Brigada Militar (BM), administração pública e, agora, Ministério Público (MP).

O Judiciário foi acionado pela comunidade, que exige uma solução para os problemas de barulho, sujeira e excessos de velocidade naquelas vias. As principais queixas se referem aos períodos da madrugada e fins de semana.

lRachas, uso de drogas, som alto e jovens dirigindo embriagados são apenas algumas das reclamações dos moradores mais próximos do Complexo Esportivo da Univates.

Segundo o promotor Sérgio Diefenbach, um abaixo-assinado chegou ao MP. Afirma que haverá encontro com outras entidades envolvidas para discutir o assunto. Informa que há diversas ocorrências relacionadas àquela região.

Prisões, apreensão de aparelhos de som e carteiras de motorista, desacato à autoridade e termos circunstanciados por perturbação são os principais delitos. “Inexiste uma ação única para resolver o problema. Precisamos dialogar com todos os responsáveis.”

Entre as propostas apresentadas pelo MP para amenizar a situação está a instalação de redutores de velocidade e o bloqueio parcial das vias em determinados horários.

Conforme Diefenbach, o problema costuma ocorrer também em outros pontos da cidade. “Há grande concentração de pessoas na Av. Acvat. Os movimentos são cíclicos.”

Para o capitão da BM de Lajeado, Luciano da Silveira Johann, o fato decorre da aglomeração de pessoas e veículos naquele local. “São muitas reclamações”.

Avisa que a polícia atua com intensidade naquela região, o que resultou numa série de Termos Circunstanciados (TC) por perturbação e Autos de Infração de Trânsito (AIT).

Ele justifica a dificuldade para diminuir os abusos. “Temos diversas demandas para atender, em várias regiões da cidade, o que não nos permite uma atuação exclusiva naquela área.”

“Está cada vez pior”

Moradores vizinhos evitam passeios de bicicleta e caminhadas durante a noite. Temem a velocidade de motoristas, que utilizam o local para realizar “rachas” ou “pegas” com seus carros. Casas foram colocadas à venda em função da intensidade dos problemas.

Segundo Adriano Froner, que reside na Av. Alberto Muller, a situação piorou nos últimos seis meses. “Antes era no fim de semana. Agora, ocorre todos os dias.” Diz que é possível ver jovens consumindo drogas durante o dia. Reclama da sujeira gerada todas as noites.

A psicóloga Suzete Herrmann mora próximo do local. Diz que é impossível dormir sem medicamentos e lamenta o mau uso da área pública. “Os encontros são saudáveis durante o dia, mas se tornam uma baderna durante a noite.” Lembra que existe legislação para coibir os atos, porém lamenta a falta de ação dos órgãos públicos.

Na rede social Facebook, uma comunidade com mais de 70 integrantes foi criada para discutir o problema. Chamado de “Comunidade x Tallini”, o espaço serve para que moradores desabafem contra o que alguns consideram um “caos total”.

Administração restringirá estacionamento

Em fevereiro de 2012, o Jornal A Hora publicou matéria sobre o assunto. Na reportagem, a BM informava que aumentaria a fiscalização, e os moradores cobravam instalação de redutores. Pouca coisa mudou desde então.

Segundo o atual diretor do Departamento de Trânsito, Euclides Rodrigues, na próxima semana o Executivo pretende mudar algumas sinalizações no local. Também será proibido estacionamento entre 23h e 6h no trecho de maior concentração de veículos. “Assim, evitaremos a aglomeração e daremos a chance da BM multar quem estiver no local.” Ele afirma que a instalação de redutores de velocidade está descartada.

Mensagens de revolta

Frases do grupo “Comunidade x Tallini” do Facebook

Sandro Duarte

…Ontem passei correndo, a pé que fique claro, ali, umas 17h.
Tinha um carro com vodka, energético e refri, em cima, e a gurizada “a mil” na volta.
O bafômetro ali faria “sucesso”!

Fernanda Blauth

…Acabamos de ligar para a Brigada. Som insuportavelmente alto, para variar. Infelizmente até mesmo os policiais se sentem impotentes, já que as criaturas baixam o som assim que enxergam a viatura. Será que isso um dia vai ter fim???

Mathias Müller

…Presenciamos um motociclista fazendo manobras sobre uma roda e sofrendo um acidente em seguida, por sorte não atingiu nenhum veículo estacionado e pessoas próximo ao local. Também motocicletas andando sem escapamento, usuários de drogas atras das paradas de ônibus, menores ingerindo bebidas alcoólicas, som automotivo em volume exagerado, rachas, show de pagode ao vivo e até churrasco tiveram coragem de fazer dias atras… Havia uma viatura policial circulando, mas quando se aproximava, reduziam o volume e ao passarem, voltava ao normal… CAOS TOTAL!

Sandro de Macedo Marques

…Queria poder medir os decibéis na minha sala agora, domingo, às 21h40min. Impressionante.
E por que que a qualidade da música é inversamente proporcional a altura do som?

Adriano Froner

…Chuva, noite sem arrancadas e altas velocidades de motos e carros. Sensação de segurança…

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