Superlotação do PS acarreta mudanças

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Superlotação do PS acarreta mudanças

Governo de Lajeado quer rever fechamento dos postos em feriados facultativos

Vale do Taquari – As filas em busca de atendimento no Pronto-Socorro (PS) do Hospital Bruno Born (HBB) na segunda-feira provocam reação nos órgãos públicos. Em Lajeado, a Secretaria de Saúde prevê mudanças nas datas com descansos por ponto facultativo.

No feriado de Carnaval, os postos de saúde ficaram fechados. Pacientes aguardaram até sete horas por uma consulta. Conforme a administração do HBB, o movimento em relação aos dias normais dobrou.

hCerca de 260 pessoas foram atendidas só na segunda-feira. Em todo o fim de semana, foram cerca de 460 consultas. A capacidade do PS é de cem atendimentos por dia.

O secretário municipal de Saúde, Glademir Schwingel, diz que o fato de não haver atendimento na rede básica durante o Carnaval é tradicional em Lajeado.

Alega que outros municípios também fecham os postos de saúde e que os plantões são voltados para casos de emergência e urgência nos hospitais.

Conta que resolveram manter as unidades fechadas por três motivos: dificuldade de pessoal, pois muitos servidores estão de férias; pela rotina de os estabelecimentos fecharem no Carnaval e pelo processo de trabalho, com base no convênio com o HBB para o atendimento.

Garante que esse tipo de situação não se repetirá nos feriados com ponto facultativo. Exceto em datas como na Páscoa, em que a folga está instituída no calendário oficial.

Recurso para Upa fora do orçamento

A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), apesar da estrutura concluída, não está em funcionamento e sem previsão para tanto. O governo federal encaminhou no ano passado, entre setembro e outubro, R$ 650 mil para compra de mobiliário e equipamentos.

O montante não aparece no orçamento do ano. Para comprar os materiais, o governo terá de encaminhar projeto à câmara de vereadores, modificando a lei. Só depois desse trâmite, a administração poderá lançar a licitação.

Conforme Schwingel, outra dificuldade será a contratação dos profissionais. Após o cumprimento dessas etapas, a estrutura passa por vistoria do Ministério da Saúde (MS), que autoriza a abertura da UPA.

Quando o estabelecimento estiver funcionando, o secretário acredita que parte do problema no PS será resolvido. Afirma que a UPA vem para somar e não competir com o PS.

Segundo ele, o governo quer aprofundar o diálogo com a direção do hospital para definir o modelo de trabalho entre as instituições. A UPA será mantida com verba federal e estadual, com atendimento em regime de plantão 24h para toda a região. A capacidade chegará a 300 consultas por dia.

Convênios para PS

Conforme Schwingel, pelo convênio com o HBB o município repassa R$ 180 mil por mês, algo próximo dos R$ 6 mil por dia. “Acredito que isso paga boa parte da equipe.”

O secretário relata que nas semanas anteriores ao Carnaval, foi decidido que o governo municipal cederia um médico para ajudar no atendimento na segunda-feira no PS das 7h às 22h.

Para ele, mesmo se o posto do bairro Montanha ficasse aberto para desafogar o HBB, os casos graves seriam repassados ao PS. Schwingel divide a responsabilidade pelos problemas com o HBB. “Sabíamos que teríamos problemas. Assumimos o risco e tentamos diminuir com o profissional cedido.”

De acordo com o secretário, manter plantões nos postos de saúde é inviável. “O município não dispõe de recursos nem de pessoal.” Schwingel acredita que com os recursos destinados pelas demais cidades, o HBB poderia investir em melhorias no PS.

Em entrevista à Radio Independente, o diretor administrativo, Élcio Callegaro, falou sobre o projeto de ampliação dos serviços. Segundo ele, o atendimento passara para 150 pessoas por dia.

A direção da entidade aguarda a liberação dos recursos pelo governo do estado. Callegaro acredita que a obra deve durar de 90 a 120 dias.

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