Região é 8ª em número de leitos de UTI

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Região é 8ª em número de leitos de UTI

Levantamento mostra que o Vale está em uma posição intermediária no estado

Vale do Taquari – A região está entre as oito Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) com mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O levantamento considera todas as 19 regiões da Secretaria Estadual de Saúde. Nos hospitais Bruno Born (HBB) e Estrela são 31 estruturas disponíveis para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre adulto, pediátrico e neonatal.

utiAs UTIs contabilizadas na estrutura de saúde são classificadas pelo Ministério da Saúde (MS) como tipo dois. Pelos critérios do órgão, os hospitais precisam ter equipe médica especializada, laboratório de análises clínicas e uma série de equipamentos, tais como: ventilador pulmonar, desfibrilador, entre outros.

Embora os hospitais do Vale ofereçam uma boa estrutura clínica, a demanda por leitos nos dois hospitais habilitados demonstra necessidade de ampliação no número de vagas. Pela regulação do estado, as estruturas disponíveis pelo SUS podem ser ocupadas por pacientes de diferentes cidades e regiões.

Outro agravante foi a mudança na lei pelo Ministério da Saúde, que redefine o formato da UTI pediátrica, separando-a da neonatal. Isso ameaça o fechamento de duas vagas para crianças com idade entre 28 dias e 12 anos em Estrela. Pelo SUS, a instituição tem sete leitos para adultos e cinco para recém-nascidos, além das vagas na pediatria.

No HBB, a diretoria elabora projeto para construção de dez leitos de UTI pediátrica. Pelo orçamento, serão necessários mais de R$ 1 milhão, investimento previsto pelo estado. Hoje, a estrutura existente contempla dez vagas no setor adulto, três no pediátrico e quatro no neonatal, todos para atendimento via SUS.

Repasse insuficiente

Por leito de UTI, o SUS paga R$ 478 a diária. Conforme o diretor administrativo do HBB, Élcio Callegaro, o valor é insuficiente para cobrir os custos. O hospital gasta em torno de R$ 850 para manter a estrutura.

Saiba mais

O encaminhamento de pacientes é regulado pela Secretaria Estadual da Saúde. A central recebe a solicitação de uma vaga de UTI a partir do médico assistente de hospital sem condições de manter o paciente ou que não dispõe de vaga no momento.

A equipe classifica o risco, por meio de informações sobre as condições clínicas, exames complementares e diagnóstico. A partir disso, é feita uma procura na rede do SUS o serviço que atenda as necessidades do paciente. Identificada a vaga, o leito é reservado e disponibilizado ao hospital.

Espera angustiante

A dificuldade em conseguir vagas nas UTI traz à tona a necessidade de ampliar a oferta do serviço pelo SUS. Moradora de Lajeado, Adriana Richter esperou quatro dias por um leito de UTI Neonatal.

Com 30 semanas de gravidez, teve uma hemorragia e precisou ser internada. Na noite de sexta-feira, dia 1°, a bolsa rompeu. Depois disso começou a procura de um hospital que pudesse receber o bebê.

Na terça-feira, a ecografia mostrou que não havia mais líquido para manter a criança no útero. À noite, foi transferida para Estrela, onde foi realizado o parto, e a criança encaminhada à UTI.

“Essa espera, sem saber se teria um solução foi um horror”, conta Adriana. Depois de todo o “calvário”, dos quatro dias de dores e do medo de perder a filha, hoje está otimista. “Graças a Deus deu tudo certo.”

Para Adriana, o fato de ter conseguido um leito na região foi preponderante para o sucesso no procedimento. “Ficar perto da família, tive sorte.”

O marido dela, Ricardo, critica o modelo de regulação para vagas de UTI. Para ele, a transferência dos pacientes a outras cidades é prejudicial e oferece risco. “Imagina se minha mulher fosse enviada ‘acontecesse alguma coisa.”

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