Venda de extintores de incêndio cresce 70%

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Venda de extintores de incêndio cresce 70%

Empresários da região atribuem aumento à tragédia registrada em Santa Maria

Vale do Taquari – A tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, ampliou as vendas de extintores de incêndio e o agendamento de cursos de segurança nos últimos dias. A procura por Planos de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) também cresceu.

Há 25 anos no ramo de segurança de trabalho, Luis Blau, de Lajeado, garante que o comércio de extintores aumentou cerca de 70% desde o incêndio na danceteria, que vitimou, até o momento, 238 pessoas. “Existem aqueles que nem precisam recarregar o extintor, mas mesmo assim nos procuram.” Ele salienta que antes da tragédia, poucos se preocupavam com a segurança de seus próprios prédios.

eBlau critica alguns proprietários de condomínios. Diz que muitos “não dão valor para o serviço”. Segundo ele, indústrias de maior porte e postos de combustíveis são mais atentos à segurança. “Eles são fiscalizados com mais frequência e dependem de alvarás para garantirem seus negócios. Isso faz com que a preocupação seja maior.” O empresário critica, ainda, o prazo de adequação oferecidos pelo Corpo de Bombeiros. Em alguns casos, ele pode chegar a dois anos.

O empresário Anderson Klein, de Lajeado, trabalha há 14 anos no ramo e abriu sua empresa própria no fim de 2008. Desde o incêndio de Santa Maria, garante que a procura pelos serviços oferecidos cresceu cerca de 60%.

“Essas duas semanas foram excepcionais para venda. Todos os setores estão solicitando.” Ele vende tubos com conteúdos que variam de um até 75 quilos.

Sócio de Klein, André Kraemer afirma que precisa contratar outros funcionários para conseguir atender a demanda de pedidos. Hoje, emprega 23 pessoas. “Trabalhamos com equipes externas, e precisaremos contratar com urgência.” Segundo ele, só na quarta-feira foram realizados dois cursos de segurança com cerca de 30 alunos sendo certificados.

Alerta para venda clandestina

Klein afirma que demorou um ano para conseguir certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e registro do Crea-RS para o comércio de extintores. “Enquanto isso, precisamos competir com empresas clandestinas, de fundo de quintal, que cobram preços menores e colocam o usuário em risco.” Segundo ele, os proprietários desses estabelecimentos realizam cópias e clonagem de selos do Inmetro.

Conforme Klein, a farsa pode ser desmascarada pelo preço do produto. Uma recarga de R$ 60 em uma empresa certificada pode custar a bagatela de R$ 15 no mercado clandestino. “Não chega ao nosso preço de custo.”

O empresário afirma que a fiscalização dos selos deve ser realizada pelo Inmetro e pelo Corpo de Bombeiros. No entanto, lamenta a dificuldade que a corporação da Brigada Militar tem para reconhecer a falsificação do produto. “Se o selo estiver no extintor eles aprovam. Quem tem que fiscalizar isso é o INMETRO.”

Principais tipos de extintores

– Extintor com gás carbônico – Indicado para incêndios de classe C (equipamento elétrico energizado), por não ser condutor de eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de classes A e B.

– Extintor com pó químico seco – Indicado para incêndio de classe B (líquido inflamável), age por abafamento. Pode ser usado também em incêndios de classes A e C.

– Extintor com água pressurizada – É indicado para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido, materiais sólidos em geral). A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada. Não utilize na classe C, e em produtos químicos, tais como pó de alumínio, magnésio, carbonato de potássio.

– Extintor com pó químico especial – Indicado para incêndios de classe D (metais inflamáveis). Age por abafamento.

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