O secretário da Saúde, Marino Deves, anunciou ontem a permanência do Centro Oftalmológico no município. Na audiência pública, realizada na câmara de vereadores, garantiu que o estado repassará R$ 120 mil necessários para fazer as reformas no prédio da instituição.
Fechado desde o dia 14 de dezembro, a estrutura do principal Centro Regional de Oftalmologia sofre com goteiras e instalações elétricas precárias. A redução de mais da metade das consultas – de 1,3 mensais para cerca de 300 – foi outro motivo que levou ao fechamento.
O estado destina o dinheiro às reformas mediante apresentação de projeto, que será levado ao diretor da Departamento de Assistência Hospitalar e ambulatorial (DAHA), Marcos Antônio de Oliveira Lobato no dia 19. Ele foi elaborado em conjunto com o Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa).
A partir do encontro será reafirmado o contrato entre o Hospital Beneficente Santa Terezinha e o governo estadual, autorizando o reinício das atividades. Como o prédio específico estará em reformas, o diretor do hospital Vagner dos Anjos, adianta que o centro cirúrgico da instituição será oferecido. “Até terminarem as reformas, o hospital cede o espaço.”
São mais de duas mil pessoas, de 42 municípios da região, à espera de atendimento. Deves reforça que inexiste interesse do Executivo para que o centro vá para outro município do Vale. “Pelo contrário, é uma questão de honra com a população mantermos ele aqui – em Encantado”. Rechaçou as informações veiculadas na imprensa durante o fim de semana de que a instituição estaria sendo transferida a Lajeado. “Isso tudo é invenção. Inverdade.”
Até o ano passado, o Executivo local tinha despesa de cerca de R$ 8 mil com o centro de oftalmologia. As despesas eram decorrentes a cedência de dois funcionários, material de expediente, de consumo interno e de limpeza. Deves critica a omissão dos demais 42 municípios, que enviavam pacientes mas não contribuíam com as despesas factuais.
Problemas são antigos
Fundada em 1998, a instituição atendia pelo SUS desde 2004. No início, seis profissionais realizavam, em média, 12,5 mil consultas e 360 cirurgias por ano. Nos últimos meses, apenas dois médicos: um atendia a cada 15 dias, e outro duas vezes por semana.
O diretor do Centro, Nédio Castoldi, pede mais recursos do governo estadual. Alega que são os mesmos valores desde 2004, enquanto os serviços e salários foram aumentados gradativamente. Antes de fechar, o SUS pagava de R$ 7,55 a R$ 10 a cada consulta de especialista, até R$ 352 por cirurgia de catarata e R$ 1 mil de retina. O diretor informa que seria necessário receber, no mínimo, um valor três vezes superior para compensar.