Bombeiro e MP miram boates da região

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Bombeiro e MP miram boates da região

Tragédia de Santa Maria alerta autoridades municipais que anunciam vistorias

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Vale do Taquari – Iniciaram as fiscalizações em salões, boates e casas noturnas das cidades da região. Em Teutônia há suspeita de dois estabelecimentos funcionarem de forma irregular.

Em Estrela, o Corpo de Bombeiros esteve em dois salões e em duas boates. Os proprietários foram notificados e terão que adaptar as estruturas.

fOntem, a administração municipal de Lajeado, Ministério Público (PM) integrantes dos órgãos de segurança, dos bombeiros e Defesa Civil, se reuniram para debater forma de controle de licenças para os estabelecimentos.

Conforme o capitão do Corpo de Bombeiros de Lajeado, Cássio Conzatti, as casas noturnas estão regularizadas: têm saídas de emergência, extintores de incêndio e seguem as normas quanto à capacidade.

Relata que o monitoramento nos estabelecimentos comerciais são realizados uma vez ao ano com o vencimento dos alvarás. Caso constatem irregularidades, os frequentadores podem avisar o Corpo de Bombeiros. Situação que, segundo Conzatti, nunca aconteceu. “Não temos como estar em todos os locais. Precisamos ser informados.”

De acordo com o capitão, o maior problema no município é referente aos eventos casuais realizados sem conhecimento dos bombeiros. Para um prédio receber uma festa, é necessário um alvará temporário, porém nem sempre os organizadores avisam as autoridades.

Prazo de adequações

Sobre a lei que estabelece normas de prevenção contra incêndios, Conzatti admite que o prazo de cinco meses para adequações é demasiado. Como a casa continua em funcionamento nesse período, adverte que isso gera riscos de incidentes.

Embora a maioria das casas noturnas esteja aptas, o promotor Neidemar Fachinetto acredita que as autoridades deveriam aumentar a vigilância. Condena a busca do lucro com práticas ilegais, entre elas, ultrapassar a capacidade de público no recinto. Acredita que a tragédia em Santa Maria deve alertar os empresários do ramo. Para evitar a superlotação, a força-tarefa realizará inspeção surpresa no horário de funcionamento das boates.

Para o prefeito em exercício, Vílson Jacques, a ação é essencial para que a população recupere a confiança nos estabelecimentos noturnos.

Até o dia 25 de fevereiro, pretendem apresentar um laudo sobre as condições de segurança das boates. As vistorias se iniciam em seis estabelecimentos que sediarão festas de Carnaval.

Arroio-meense segue internado

O arroio-meense Joel Berwanger, 18, está no Centro de Terapia Intensiva (CTI) observação no Hospital da Caridade, em Santa Maria. Ele sobreviveu à tragédia na boate Kiss com queimaduras nas costas, braços e problemas respiratórios.

Ainda nesse domingo, o estudante de Agronomia recebeu alta. Porém, piorou no quadro devido à fumaça inalada durante o incêndio. Berwanger foi internado com pneumonia química.

A mãe Gladis acompanha a recuperação de Joel. A família está confiante no retorno do jovem à Forqueta ainda nesta semana.

Mudança nacional

O Ministério Público estadual reunirá em cada comarca um promotor para coordenar a revisão dos laudos de segurança de estabelecimentos noturnos.

A instituição pretende dar sugestões de alterações nessas normas e incentivar a criação de leis municipais sobre o tema, de acordo com as peculiaridades de cada cidade.

O deputado estadual Valdeci de Oliveira (PT), natural de Santa Maria, leva à comissão de Serviços Públicos da Assembleia Legislativa o pedido para que seja realizada uma audiência pública com especialistas nas áreas da segurança, engenharia e consultores na área de segurança do trabalho.

Na Câmara Federal e no Senado deve ser instalada uma comissão para discutir normas mais rígidas que devem ser transformadas em lei e aplicadas em todas as casas noturnas do país.

“Prevenção de desastres não é costume dos brasileiros”

Coordenador regional da Defesa Civil, o tenente-coronel Vinícius Renner, afirma que a prevenção de desastres depende de investimento. Segundo ele, empreendedores encaram a obrigação como um gasto. “Prevenção de desastre não é costume dos brasileiros.”

Avalia que na catástrofe de Santa Maria houve falhas na sinalização, nos equipamentos de segurança, saídas de emergência. Também cita o despreparo de funcionários para agir no momento do incêndio.

O tenente-coronel reforça o movimento nacional em busca de uma legislação mais rigorosa para o cumprimento das normas de segurança. Para ele, a fiscalização do município e dos bombeiros deve ser contínua e eficiente.

No estado, a Defesa Civil, junto com a Organização Não Governamental Parceiros Voluntários (PV), organizam um simulado de desastres. Pela ideia, pretendem envolver 13 municípios do Vale e verificar se os hospitais o Samu e o Corpo de Bombeiros estão preparados para atender em situações de emergência.

Pela previsão inicial, o simulado deve ocorrer em junho. As unidades da PV serão responsáveis pelo cadastramento dos voluntários.

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