Falta de vagas na Educação Infantil persiste

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Falta de vagas na Educação Infantil persiste

Estima-se que mais de 800 crianças de três municípios da região estão na fila

aHá dez dias da reabertura das Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei), um problema recorrente atormenta a rotina de centenas de pais. Estima-se que o déficit, nas maiores cidades do Vale, seja de 800 vagas.

Em Lajeado, a administração municipal trabalha com um projeto de reestruturação das escolas, ampliando o número de salas. No fim de 2012, 406 alunos estavam na fila de espera.

A secretária de Educação, Eloede Conzatti, destaca que até o início de fevereiro, a meta é reduzir mais de 50% do déficit. Afirma que salas de recreação e outros espaços são adaptados.

Eloede acredita que será difícil suprir toda a demanda, pois nesta área, durante todo o ano, surgem matrículas. Ressalta que para amenizar a situação seria necessária a construção de dois novos prédios.

Observa que uma das dificuldades está na locação de espaços. Nos bairros em crescimento, como Conventos, a Emei é alugada e não há outra opção de locação.

A imigração de pelo menos mil pessoas por ano na cidade é um dos fatores que agrava o problema.

Situação pode ser amenizada

Em Estrela, o último levantamento realizado pela administração municipal, em agosto de 2012, apontava que 331 crianças aguardavam por uma vaga. O secretário de Educação, Marcelo Mallmann, afirma que até março, grande parte da demanda será atendida.

Com a conclusão da Emei do bairro Cristo Rei, que resta apenas o acesso e o mobiliário, estarão disponíveis 240 novas vagas. A Emei do bairro Indústria está com 90% da obra concluída e a entrega é prevista para março. Hoje, se encontram matriculados nas Emeis do município 1.053 crianças, do Berçário ao Jardim.

Seleção

Hoje, os municípios fazem o recrutamento das crianças levando em conta a condição financeira da família e se os pais trabalham em turno integral.

Carência resolvida

Em Cruzeiro do Sul, são atendidas 240 crianças nas quatro escolas . A secretária de Educação, Aline Inês, afirma que o déficit no município é baixo, sendo inferior a 20% em relação ao número de vagas oferecidas.

Ressalta que com a entrega de mais um escola com capacidade para 60 alunos, até o fim do ano, a demanda será suprida.

À espera de vagas

Depois de trabalhar 12 anos no comércio, Lenise da Rocha, 31, moradora Hidráulica, em Lajeado, saiu do emprego para cuidar do filho recém-nascido. Depois de vencida a licença-maternidade, procurou vaga na escola de Educação Infantil próxima de sua casa, no bairro Hidráulica. A busca não teve o resultado. Nenhuma das três creches pretendidas tinham vagas.

Sua meta para este ano é voltar ao mercado de trabalho. A maior dificuldade é conseguir uma vaga em alguma das creches para os turnos da manhã e tarde. Conta que, quando procurou vaga na creche, existiam apenas para meio turno. Isso dificultaria para conciliar com a prática profissional.

Apesar da proximidade, não descarta vagas em outros bairros. Creches do centro, bairros Florestal e Alto do Parque estão entre suas preferências.

O comerciante Everson da Rocha, 30, marido de Lenise, afirma que é inviável pagar uma creche particular ou um profissional que fique com o filho de 1 ano. Lenise diz que, mesmo não sendo interessante economicamente ficar sem trabalhar, terá que continuar em casa para cuidar do filho, caso não consiga uma creche pública para o filho.

Em situação similar a de Lenise, Emanuele Silva, 26, do Bom Pasto, de Lajeado, também depende de vagas na creche para voltar ao trabalho e à faculdade. A moradora é mãe de um casal com idades entre 3 e 4 anos. Ambos precisam de vagas. Sobre a possibilidade de pagar uma creche ou um profissional para ficar com os filhos é enfática: “praticamente trabalharia apenas para pagar isso.”

Saiba Mais

A partir de 2016 a Educação Infantil será obrigatória e gratuita para toda a criança de 4 e 5 anos. A regularização foi imposta em uma emenda em 11 de novembro de 2009, por ser uma meta prevista no plano Nacional de Educação: universalizar a população de 4 a 17 anos.

A família será obrigada a matricular e o poder público fornecer a vaga. O pai que não matricular a criança aos 4 anos poderá ser penalizado pelo Ministério Público (MP), assim como o administração municipal ou governo que não oferecer escola.

O Brasil está atrasado em relação a outros países. No Chile e na Argentina, a obrigatoriedade da pré-escola é obrigatoriedade.

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