O conserto das calçadas da rua Júlio de Castilhos não tem prazo para começar. A reforma depende da retirada dos antigos postes de madeira que sustentam cabos de empresas de telefonia e de televisão por assinatura. Reunião entre município, entidades e a AES Sul deve definir os prazos para a transferência.
As lajes quebradas em todas as quadras da principal rua comprometem a passagem de pedestres e incomoda comerciantes. Os danos são decorrentes das obras de instalação de novos postes de energia elétrica concluídas em novembro. Desde então, nada foi feito para consertar os passeios.
A retirada dos postes de madeira deve ser realizada pela AES Sul, enquanto o conserto do calçamento será feito pelo município. Em dezembro, os vereadores aprovaram projeto que destina R$ 21 mil para as reformas. A secretária de Planejamento Marta Peixoto diz que não há previsões sobre custo da obra. Adianta que pretende se reunir esta semana com a Associação Comercial e Industrial (Acil), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), AES Sul e empresas de telefonia e televisão para definir os procedimentos e responsabilidades.
Para o secretário de Obras e Serviços Urbanos (Sosur), Adi Cerutti, o município cobrará das prestadoras de serviço mais agilidade na transferência dos postes. Acrescenta que o município deve consultar a empresa que forneceu o atual calçamento para revisão na qualidade da calçada. “É inadmissível que em menos de um ano a calçada da Júlio esteja como está”, afirma o secretário, referindo-se à lajes soltas nas laterais da rua onde não teve realocação de postes.
Pedestres e comerciantes incomodados
A situação da calçadas irrita quem transita pelo Centro. “Acho ridículo que, em dias de chuva, não possamos caminhar nas calçadas. Pagamos impostos e não temos retorno”, reclama Ira Appel, 80 anos. Jaime Hennemann, 74, é pai de uma cadeirante. Conta que o passeio da filha é dificultado pelo estado deplorável das calçadas.
Dona de um hotel, na Júlio de Castilhos, Laura Kunz, afirma que é comum as pessoas reclamarem do acesso ao hotel. Relata que viu pessoas se machucarem devido às lajes quebradas e soltas.
O empresário Maurel Lenz ajudou a pagar o valor da calçada, construídas em 2011. Condena a falta de planejamento do Executivo que não projetou a troca de postes antes de refazer o passeio. Para Lenz, a estrutura é um retrocesso. Reconhece que a circulação de pessoas e o visual do centro são os mais prejudicados pela situação atual das calçadas.
Análise
O imbróglio criado em relação às calçadas da principal rua de Lajeado expõe a falta de planejamento. Há anos, sabia-se que os postes de luz de madeira deveriam ser substituídos pelos de concreto, melhorando o “capenga” abastecimento de energia elétrica.
Poucos meses antes da AES Sul começar a transferência de postes, o Executivo, na gestão da prefeita Carmem Regina Pereira Cardoso, refez toda calçada (parceria entre município e donos de imóveis), que foi danificada quando começaram as obras, em novembro.
A atual administração ainda está desinformada sobre os próximos andamentos da obra, mesmo que em dezembro tenham sido aprovados R$ 21 mil para as reformas dos passeios. A secretária de Planejamento, Marta Peixoto, tentará reunir todos os envolvidos para primeiro entender o processo e a partir disso agir.
Essa falta de planejamento afeta a maioria das administrações públicas regionais. Enquanto isso, as calçadas deterioram e mais uma vez o preço maior é pago pela população.