Vendas começam sem definição de preço

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Vendas começam sem definição de preço

Afubra estima que 70% do tabaco cultivado na região está pronto para ser negociado

aFumicultores e empresas do ramo não entraram em consenso quanto ao índice do reajuste no preço do tabaco. A proposta deve ser rediscutida na terceira rodada de negociações, prevista para a próxima semana. No momento, só 2% dos 20,1 mil hectares cultivados no Vale estão vendidos.

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) quer aumento de 8,25% no preço do quilo da variedade virgínia, que é plantada em 85% das lavouras do estado. Com a mudança, passaria de R$ 6,55 para R$ 7,09. Entretanto, o valor foi rejeitado por todas as empresas, que ofereceram reajuste entre 6% e 7%.

O preço do tabaco é negociado desde novembro e leva em conta o custo da produção. Com a demora, alguns fumicultores iniciaram a venda mesmo sem ter o acordo, ao qual está atrelada uma série de garantias.

Conforme o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, a estratégia de vender parte da produção, mesmo sem a definição do preço, é comum e não costuma trazer prejuízo ao produtor. Cita que as fumageiras pagam a diferença, caso a proposta aumente com o desenrolar das negociações.

O coordenador-geral do Departamento Técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari, aponta que a qualidade das folhas é similar à da safra passada. Mas, preocupa-se com o excesso de umidade das últimas semanas, que pode comprometer o tabaco estocado nos paióis, modificando sua classificação. Muitos depósitos, segundo ele, são artesanais, o que permite infiltração de água no produto preparado à venda.

A maioria dos produtores seca o fumo com a tonalidade mais escura, refletindo em queda do preço da arroba na venda. O serviço é feito devido ao amarelamento das folhas na lavoura em função do excesso de chuva após o período de maturação.

A colheita do tabaco gaúcho segue até o início de fevereiro. A área cultivada nos três estados do sul é de 327 mil hectares, cerca de três mil hectares a mais do que na safra anterior.

Produtores otimistas

O fumicultor Paulo Roberto Pilz, 50, de Linha Puhl, em Mato Leitão, colheu 55% das 45 mil plantas cultivadas na propriedade. Na safra passada, recebeu em média R$ 85 pela arroba (15 quilos) e está confiante no preço deste ano.

Uma das estratégias utilizadas por Pilz para elevar os lucros é a produção independente. Recebe subsídio do município para o adubo e compra o restante dos produtos necessários por conta própria. O investimento para a safra foi de R$ 2,2 mil. “Não criei vínculo com nenhuma empresa e não devo paga ninguém. Vendo quando quiser ao preço que achar melhor.”

A colheita na propriedade iniciou na primeira semana de novembro e deve se estender até fevereiro. Pilz agiliza o trabalho para reduzir os riscos de a umidade prejudicar a classificação do produto.

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