Falta de manutenção atrapalha serviços

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Falta de manutenção atrapalha serviços

Governos de quatro municípios reclamam do estado das máquinas

aUma frota sucateada, com índice de 82% de inoperância por falta de manutenção e que não consegue atender as demandas do município. Esta é a condição atual do maquinário da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos de Lajeado.

A situação não se restringe ao principal município da região, onde dos 15 caminhões, só três funcionam. Para serviços com implementos, como patrolas e carregadeiras, é necessário terceirizar.

Em Cruzeiro do Sul e Coqueiro Baixo, o quadro se repete. Isso gera demora para execução de serviços básicos, como recuperação de estradas, terraplenagem e acesso às propriedades.

O secretário Adi Cerutti não consegue atender os pedidos da população com a estrutura disponível. Nenhuma das três patrolas estão em condições. Situação semelhante com as duas carregadeiras do município, que também estão estragadas.

Para o secretário, a falta de manutenção preventiva e um projeto de modernização do maquinário foram responsáveis por agravar a situação. Hoje, os custos para terceirização de uma patrola chegam a R$ 185 por hora. Para motoniveladora, o valor estimado é de R$ 194.

Sucateamento e descaso

Entre os veículos parados no pátio da secretaria de Obras, no bairro Montanha, alguns têm tempo de funcionamento superior há 20 anos. Um trator esteira, por exemplo, foi fabricado em 1979 e o rolo compactador usado pela administração é de 1982. O veículo mais recente é um caminhão, comprado em 2007. Um deles não funciona há quatro meses por defeitos.

Outro caminhão, que carrega um espalhador de piche, também está parado. Falta uma peça que custa, em média, R$ 120. Só o implemento conectado ao veículo está avaliado em R$ 30 mil.

Uma patrola de R$ 230 mil também está inutilizada para evitar danos na lâmina, já que inexiste uma peça sobressalente.

Cerutti diz que a situação das patrolas e dos caminhões é crítica. Segundo ele, se conseguisse recuperar as patrolas e 70% dos caminhões, seria possível atender as demandas. No município, há 400 km de estradas não pavimentadas.

Estrela no limite

Dos municípios consultados, Estrela apresenta menor número de equipamentos danificados. Para o secretário de Obras, Luiz Fernando Kalsing, é necessária uma análise aprofundada para traçar o perfil do parque de máquinas. O relatório deve ficar pronto na próxima sexta-feira.

A falta de manutenção periódica levou o maquinário a operar “no limite”, de acordo com o secretário. Uma das retroescavadeiras, que foi encaminhada para a mecânica, deve ser leiloada devido ao estado crítico do veículo. “Não vale a pena consertar.”

Outro exemplo é o caminhão-pipa, que trabalhou um dia após o novo governo assumir e teve de parar por defeitos na embreagem.

Um problema destacado por Kalsing é a frequente demanda por baterias. Cita que é preciso recarregar a energia dos caminhões em outros veículos. Seis baterias serão compradas para amenizar o problema. A estimativa é que cinco caminhões, uma retroescavadeira e uma motoniveladora estão estragadas no município.

Máquinas quebradas e estoque zero

Cruzeiro do Sul tem em torno de 650 km de estradas de chão batido. Economia voltada à produção primária, o serviço de manutenção das vias é essencial para os agricultores. A dificuldade levou os responsáveis pela secretaria a priorizar os casos de maior demanda, como abertura de valas para animais mortos e fechamento de silos.

Nas estradas, a prioridade são as principais ou aquelas em estado crítico. O responsável pelo setor de Estradas, André Pündrich, diz que a situação é caótica.

Das quatro retroescavadeiras que o município tem disponível, duas estão com problemas. O mesmo com os tratores. São três, mas apenas um em funcionamento.

Entre os caminhões, três dos nove estão em condições aceitáveis. Segundo Pündrich, alguns veículos apresentam defeitos no motor. Em um deles, o chassi está apagado.

A situação é um pouco melhor com relação a patrolas e carregadeiras. Em ambos os casos, uma das três unidades de cada estão estragados. O britador usado pelo município também está quebrado, o que dificulta ainda mais a manutenção das estradas.

Segundo Pündrich, todos os estoques de materiais para o serviço estão zerados ou em níveis críticos.

Laudo técnico

As condições do maquinário obrigaram o prefeito de Coqueiro Baixo, Verissimo Caumo, a pedir a visita de técnicos ao parque de máquinas do município. Na primeira semana da gestão, proibiu a retirada dos veículos até avaliação profissional. “Não deixei ligar as máquinas.”

Cidade com 1.566 habitantes, mais de 84% moram em área rural. As estradas precisam de manutenção constante para o escoamento da produção agrícola, em especial a produção de frangos. “Para nós, um dos principais serviços de atendimento à população são as políticas para os agricultores, que envolvem melhorias nas estradas e as máquinas subsidiadas.”

Segundo o secretário de Obras, Valmor Salvi, metade das máquinas está danificada. A previsão é que seja necessário um mês para conseguir reformar os equipamentos. Ao todo são quatro veículos estragados: dois caminhões, uma patrola e uma retroescavadeiras.

Situação

Estrela

17 caminhões – 5 estragados

2 retroescavadeiras – 1 estragada

2 patrolas – 1 estragada

Coqueiro Baixo

3 caminhões – 2 estragados

2 patrolas – 1 estragada

3 retroescavadeiras – 1 estragada

Lajeado

13 caminhões – 12 estragados

3 patrolas – 3 estragadas

2 carregadeiras – 2 estragadas

8 retroescavadeiras – 6 estragadas

Cruzeiro do Sul

3 tratores – 2 estragados

9 caminhões – 6 estragados

4 retroescavadeiras – 2 estragadas

3 carregadeiras – 1 estragada

3 patrolas – 1 estragada

1 britador estragado

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