Retorno do rotativo esbarra na câmara

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Retorno do rotativo esbarra na câmara

Uambla fala em prejuízo diário de R$ 3 mil e alega dificuldades para pagar a folha

aAs 64 quadras do centro de Lajeado ficam sem cobrança de estacionamento rotativo pelo menos até a próxima terça-feira. O projeto, mandado às pressas para a primeira sessão da câmara de vereadores, realizada nessa quinta-feira, para renovar o contrato do Executivo com a Uambla, trancou no vereador Antônio Scheffer (PTB).

Ele foi o único a não conceder acordo para votar a matéria. Quer um parecer jurídico sobre a renovação do convênio no modelo anterior devido ao processo de inconstitucionalidade movido pelo Ministério Público no ano passado.

O prefeito Luis Fernando Schmidt pretende conceder a cobrança sem licitação por mais um ano. Durante esse período, aguarda um posicionamento do promotor público Carlos Augusto Fioriolli para formatar o sistema a ser implementado a partir de 2014.

O serviço está interrompido desde essa quarta-feira porque o contrato expirou no dia 31 de dezembro. O presidente da Uambla, Darci Pólis acusa a ex-prefeita Carmen Regina e o atual Luís Fernando de protelar a renovação do contrato. Diz que “avisou” sobre o fim do contrato ainda em novembro. “Tiveram um mês para sentar e ver como resolver. Agora está aí o problema”.

Conforme Polis, o impedimento em cobrar o estacionamento aumenta a dificuldade financeira que a entidade enfrenta. Para pagar o 13º salário dos mais de 40 funcionários, recorreu a empréstimo bancário de R$ 30 mil. Para conseguir, teve sua casa empenhada como garantia. “Isso a sociedade não fica sabendo”, desabafa. Nos cinco dias sem cobrança, a Uambla deixa de arrecadar em torno de R$ 15 mil.

A diretoria da Uambla se reuniu nesta sexta-feira para avaliar a situação e definir as ações a serem tomadas. O projeto deve entrar em votação na próxima sessão dos vereadores, programada para terça-feira.

Dívida de motoristas chega a R$ 1 milhão

A inadimplência segue como principal problema de caixa na entidade. O saldo devedor de motoristas não para de crescer e beira R$ 1 milhão. A pouca fiscalização do Departamento de Trânsito do município faz quase a metade dos motoristas driblarem o serviço. Segundo Pólis, desde a campanha eleitoral, o executivo retirou os fiscais que faziam as vistorias dos maus pagadores.

O presidente acrescenta que a intenção não é multar, mas conscientizar que o sistema é igual para todos. “A Uambla não tem poder de polícia para multar, mas precisamos ser justos. Quem não quer pagar precisa ser punido, e essa fiscalização cabe ao executivo.”

Comércio pede a volta do rotativo

A crítica situação do trânsito lajeadense piora sem a cobrança. Mais do que isso, incomoda os comerciantes, que alegam falta de vagas em frente ou próximo dos estabelecimentos.

O proprietário de uma loja de roupas na Júlio de Castilhos, Stevan Imperatori, defende o retorno do estacionamento pago. Argumenta que sem a cobrança, os usuários da via ocuparão uma vaga o dia inteiro. “Os próprios comerciantes podem tirar a vaga dos clientes.”

Mesmo com a obrigatoriedade de pagar, Imperatori percebe que é difícil encontrar uma vaga na principal rua de Lajeado. O comentário é reforçado pela empresária Sandra Beuren. Cita que clientes chegam a estacionar mais de duas quadras longe de sua loja de roupas.

Sandra não sentiu diferenças nos primeiros dias sem estacionamento, pois, segundo ela, a maioria dos motoristas desconhece a paralisação da cobrança. Porém, a lojista teme as consequências, caso o estacionamento pago seja cancelado. Destaca que a administração poderia investir em soluções para evitar a falta de vagas no Centro.

Números preocupam

– 64 quadras no centro tem cobrança;

– Existem mais de 700 vagas de estacionamento;

– 37 cobradores fazem o serviço. Deveriam ser mais;

– Folha de pagamento passa de R$ 50 mil;

– Valor cobrado por dia beira R$ 3 mil;

– Inadimplência é superior a 40%

– Dívida de motoristas chega a R$ 1 milhão

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