Promessa de asfalto é descumprida outra vez

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Promessa de asfalto é descumprida outra vez

Moradores aguardam obra na VRS-482 desde 1998, quando os serviços pararam

aDepois de um ano de protestos, as comunidades de Arroio Grande e Dona Rita ainda amargam a indefinição quanto ao asfaltamento da VRS-482 – rodovia que liga o município a Capitão.

A obra está paralisada há 14 anos. Nesse período, os moradores conviveram com as promessas de reinício da obra. O último compromisso foi firmado em outubro e descumprido novamente.

O representante da Comissão Pró-Asfalto, Genésio Rockenbach, conta que o grupo se reuniu com a 11ª Superintendência do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) há dois meses. No encontro, o coordenador Hildo Mourão confirmou que a obra – orçada em R$ 16 milhões – estava prevista para dezembro.

Porém, a saída de Beto Albuquerque da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra) do RS teria atrapalhado as negociações. Conforme a assessoria de Imprensa do Daer, outra situação que trava o asfaltamento dos 16,5 quilômetros é a falta de licença ambiental.

Mesmo sem definições, Rockenbach avalia como positivo o trabalho da Comissão Pró-Asfalto. Antecipa que em 2013 a mobilização será intensificada. “Se ficarmos calados, nunca veremos a cor do asfalto.” A meta é organizar novos protestos e pressionar o governo estadual com auxílio do Executivo e deputados.

Moradores lamentam a espera

Os moradores da VRS-482 são prejudicados com a poeira e o barro. Arno Frank, 79, de Dona Rita, se recorda de 1998, quando as máquinas iniciaram a terraplenagem no local, mas paralisaram a obra após a troca do governo estadual.

Frank é enfático. “Só acredito na obra quando ela estiver pronta.” Devido à poeira, ele e sua mulher Ilma têm problemas respiratórios. A residência do casal está a menos de cinco metros da estrada.

O aposentado Ernani Lermen lamenta o atraso. Reside em Arroio Grande desde a infância e afirma que o fluxo de veículos aumentou no decorrer dos anos, em especial o transporte de cargas pesadas. “Em horários de pico não dá para deixar a casa aberta.”

Mesmo assim, Lermen está esperançoso. Participou das mobilizações da Comissão Pró-Asfalto e acredita que a pavimentação inicie em 2013.

Comunidade protesta por asfalto

Placas solicitando o asfaltamento continuam instaladas em frente das residências. Em agosto, eram mais de 40. Nas mais populares está escrito “Sem asfalto, sem voto”, em menção às eleições municipais deste ano. Outras criticam a lentidão, evidenciam o descumprimento das promessas e ironizam a corrupção.

Três protestos foram organizados pela Comissão Pró-Asfalto em 2012. O primeiro ocorreu em agosto, quando cerca de 200 manifestantes bloquearam a rodovia por quatro horas. Uma semana depois, nova paralisação, desta vez por mais de seis horas.

Em outubro, os moradores protestaram pela última vez. Com caráter educativo, os organizadores distribuíram plantas na ERS-130, entrada de Dona Rita. Ressaltaram os benefícios da pavimentação às comunidades arroio-meenses e município de Capitão.

Por mais de 80 dias, a Comissão Pró-Asfalto proibiu a manutenção da rodovia. Rockenbach relata que o material utilizado para tapar os buracos aumentava a poeira.

Um abaixo-assinado foi entregue para a Secretaria de Obras em setembro. Porém, a falta de reparos tornou a estrada intrafegável. O Executivo retomou a manutenção nesse mês.

Abaixo-assinado é organizado

Os moradores próximos à ERS-421 – entre Forquetinha e Sério – enfrentam problema parecido. A morosidade burocrática entre o estado e a construtora Sanitec trava a pavimentação que está 80% concluída. A empresa pede modificações no projeto inicial, enquanto o Daer estuda a proposta há mais de quatro meses.

Um abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas será encaminhando para o departamento pedindo o acerto nas negociações. Em outubro, uma comissão formada por moradores foi a Porto Alegre pressionar o governo. O grupo retornou com a promessa de agilidade.

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