Lajeado – Dados da Secretaria da Segurança Pública do estado mostram que em dez anos subiu de 22 para 73 o número de prisões de traficantes feitas anualmente no município. Na região, a cada três dias, uma pessoa é detida vendendo drogas. A ação reprime outros crimes, como o homicídio, que mantém a média de 12 casos por ano.
Pelas informações são 331% traficantes a mais em 2012 na comparação com 2002. As polícias Civil e Militar alegam que o aumento se deve às operações feitas pelos órgãos. Juntos, nos últimos anos, desencadearam vários pontos de drogas para abrandar o crime. Só neste ano prenderam 114 pessoas.
Segundo o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO-VT), Antônio Scussel, a venda de drogas propicia outros crimes, como o homicídio, o latrocínio, o roubo e o furto. Para ele, o maior problema ainda são os usuários. Eles são abordados, mas não podem ser presos.
Desde que assumiu a 19ª Delegacia Regional da Polícia Civil, a delegada Elizabeth Barreto Müller definiu como prioridade a prisão de traficantes. São feitas, em média, duas operações por mês contra o crime, além das prisões semanais em buscas rotineiras.
O tráfico de drogas é um dos delitos com maior dificuldade de detenção. A polícia, além de flagrar a venda, precisa encontrar a droga que, na maioria das vezes, está escondida em locais de difícil acesso. Por isso, o processo de investigação se torna moroso.
Audácia no tráfico
A área central da cidade concentra o maior número de prisões de traficantes. Os pontos de drogas são fechados, mas nas semanas seguintes são reabertos por outras pessoas.
Os vendedores adaptam os locais com artimanhas propícias para fuga. Um deles fica próximo ao Bar do Gão. O ponto foi fechado em outubro, com detenção de usuários e apreensão de diversos materiais, entre eles armas de fogo.
Em novembro, a polícia voltou ao local e encontrou mais drogas. O traficante Jerri Adriani da Silva Mota, 36, foi preso e três usuários ouvidos. Para encontrar a droga, a polícia cavou um buraco dentro da casa com uma britadeira, enquanto o acusado dormia dopado.
Os criminosos monitoravam com câmeras de vigilância quem circulava na rua e quem entrava no pátio. Dentro da casa, um dos cômodos com uma janela possibilitava a fuga.
Foram encontradas 74 pedras de crack de duas grama cada em uma caixa e 20 dentro do cano; cerca de 20 buchas de cocaína, duas balanças de precisão, relógios, celulares e outros produtos de receptação, além de R$ 600 em dinheiro.
Oito mortes no centro
Na região, o ponto mais crítico de assassinatos em 2012 é o bairro São José, nas proximidades do campo de futebol, considerado também local de receptação de objetos furtados.
Desde janeiro, pelo menos oito pessoas foram executadas por estarem envolvidas com o uso de drogas. A maioria delas são homens de 18 a 50 anos.